Educação em Pauta

A Escola e a Geografia

Um tour pelo Santa Maria para aprender cartografia escolar de uma forma divertida; veja como os alunos do 4º ano descobriram “caminhos” e se sentiram pertencentes aos espaços da escola.

Autoria: Luciane Menezes – Professora do 4º ano

O ensino da cartografia escolar através da Geografia possibilita a compreensão das relações entre o espaço e o tempo. Aqui no Colégio Santa Maria, nós incentivamos o reconhecimento do espaço vivido pelos estudantes logo no início do ano, pois é neste momento que os alunos do 4º ano mais temem a volta às aulas. Afinal, não bastasse mudar de série, a turma muda de professora, de sala, de período, de prédio… perdem referências das pessoas que mais lhe traziam segurança e vão para um espaço totalmente desconhecido.

Ao tratarmos do ensino da cartografia, ensinamos às crianças noções referentes à lateralidade, direção, observação, cores, símbolos – importantes práticas, não apenas para as aulas de Geografia, mas também para as outras disciplinas (componentes curriculares).

O ensino de mapas, percursos e itinerários propõe uma ação interdisciplinar com outros componentes curriculares, ao mesmo tempo que pode desenvolver o aspecto cognitivo da criança, influenciando também na sua prática de observação: para onde vou quando precisar ir ao banheiro? Onde fica a sala da orientadora? Preciso voltar à sala de Arte, pois deixei meu estojo lá. Que caminho é mais rápido para voltar?

Além das inúmeras perguntas que os pequenos se fazem, é importante que sejam capazes de se localizar nos espaços do colégio, de forma segura e organizada, pois todos os ambientes e acessos aqui no Santa Maria são munidos de placas de orientação que informam para onde devem seguir.

Pensar mais a fundo sobre esse reconhecimento do espaço como pertencimento é levar aos alunos a capacidade de confiar na Instituição e nas pessoas que aqui estão para ajudá-los em todos os momentos, em qualquer lugar, durante todo o tempo que aqui permanecerem.

Partindo deste princípio, elaboramos atividades que proporcionaram aos estudantes a oportunidade de vivenciarem esta teoria na prática, tendo como objetivo: descrever, interpretar e analisar a localização de pessoas e objetos; utilizar informações e pontos de referência para escolher caminhos, além de planejar e observar o tempo utilizado no trajeto.

Para atingir esse objetivo, lançamos alguns desafios como:

– João quer ir à biblioteca. Como ele pode chegar lá saindo do pátio da Capela? Gustavo sugere que ele fique de costas para a Capela e siga na direção norte, até o final do pátio. Chegando lá, João deverá virar para a direção oeste e caminhar até chegar ao final do corredor. O estudante afirma que ele não deverá atravessar a rua, mas que precisará virar, novamente, na direção oeste e caminhar até a Biblioteca. Mas Gabriel diz que essa não é a melhor opção. Desta forma, se você fosse o Gabriel, qual seria o outro percurso que João poderia fazer para chegar à Biblioteca mais rapidamente?

Com a proposta lançada, os alunos foram a campo para testar todas as possibilidades. Eles caminharam, desenharam, debateram, desenvolveram estratégias de percursos demonstrando, assim, que dominaram o conteúdo aprendido.

No final da atividade, ouvimos depoimentos como: “Pro, eu sempre prefiro ir pela trilha, pois fico longe dos carros”; “Nunca poderia imaginar que esse caminho escondido era o mais fácil pra chegar até a sala de Arte”.

Com essas vivências, nós reforçamos e trazemos para bem perto das crianças a importância de se aprender Geografia de forma divertida e oportuna.

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