Moldando o futuro através do cuidado, zelo e comportamento ético
Autoria: Eliane Lima – Orientadora Pedagógica de Educação Infantil e Claudio Natacci – Professor de Educação Física
Começamos a escrita deste artigo trazendo a citação do livro “As crianças aprendem o que vivenciam”, de Law Nolte e Rachel Harris. Aprendem porque nós, pais, tios, avós, professores, amigos, colegas, cuidadores etc., podemos ser modelos de cuidado, zelo e afeto ou, ao contrário, de descaso, abandono e indiferença.
Somos, com nossos exemplos, orientações, intervenções e a “bússola moral” que faz a criança entender de que forma pode ocupar o espaço familiar ou social no qual ela está inserida. De que maneira a criança aprende a regular comportamentos e atitudes quando interage com seus pares na coletividade, e como se desenvolve frente à diversidade de sujeitos e culturas. Inspirações importantes porque fornecem, ou deveriam fornecer modelos de comportamento positivo, como respeito, empatia, tolerância e responsabilidade. Exemplos de comportamentos éticos que ajudam, ou deveriam ajudar, as crianças a compreenderem valores.
Quais?
Valores humanos, cristãos, que promovem o desenvolvimento de habilidades e competências, que ensinam as crianças a refletirem sobre conflitos, não só por meio da razão, mas também da emoção. Aprenderem a compartilhar tanto os problemas como as possíveis soluções, desenvolvendo a sensibilidade necessária para saberem interpretar a linguagem dos sentimentos.
Quando falamos de “exemplos” para a aprendizagem, estamos tratando para além dos aspectos cognitivos, estamos trazendo para a discussão as dimensões socioemocionais e afetivas que, hoje, assim como o conhecimento acadêmico, são essenciais para a construção do “alicerce” humano. Essas dimensões humanizam os sujeitos, ajudam as crianças a se relacionarem, a compartilharem problemas que surgem na convivência diária e a elaborarem ações conjuntas. Como diz Padre Moreau, devemos…
“Educar mentes e corações: nunca a mente em detrimento ao coração.”
Por fim, não podemos esquecer que são ações conjuntas – famílias e escola – que fazem parte desse processo de desenvolvimento. Mas, cremos também, que essa significação da aprendizagem, como valor, desejo e encantamento, passa pela integração dos saberes, isto é, pela reorganização de nossas práticas (metodologias) de maneira que os sentimentos e os conflitos não fiquem de fora, mas que façam parte do “espelho” no qual as crianças se olham.
Afinal… “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.” (Albert Schweitzer)
Saiba Mais:
Albert Schweitzer foi um teólogo, organista, filósofo e médico alemão. Tornou-se um dos melhores intérpretes de Bach e uma autoridade na construção de órgãos. Dedicou sua atenção aos africanos das colônias francesas que, numa total carência de cuidados e assistência médica, sofriam na dura vida da selva.
Em 1905, Schweitzer iniciou o curso de medicina, e seis anos mais tarde, já formado, casou-se e decidiu partir para o Gabão (África), onde uma missão necessitava de médicos. Ao deparar-se com a falta de recursos iniciais, improvisou um consultório num antigo galinheiro e atendeu seus pacientes enfrentando obstáculos como o clima hostil, a falta de higiene, o idioma que não entendia, a carência de remédios e instrumental insuficiente.
Tratava de mais de 40 doentes por dia e, paralelamente ao serviço médico, ensinava o Evangelho com uma linguagem apropriada, dando exemplos tirados da natureza sobre a necessidade de agirem em benefício do próximo.
Schweitzer recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1952 e faleceu no dia 4 de setembro de 1965, em Lambaréné, no Gabão.