Turmas da 2ª série do Ensino Médio estudam como identificar o tipo e a intensidade ideal do exercício físico para manter a saúde e o fortalecimento do sistema imunológico.
Autoria: Adão Gomes, professor de Corpo e Movimento do Ensino Médio
Saber identificar o quanto o movimento pode ser intenso para nosso corpo é fundamental para quem pretende se movimentar e almeja qualidade de vida.
Em tempos de Covid-19, entre muitos procedimentos que devemos adotar com relação à prevenção ao contágio e a disseminação do Coronavírus, é importante identificar como podemos agir para fortalecer nosso sistema imunológico. Não há dúvida que a qualidade do sono e alimentação saudável influenciam decisivamente na resposta imunológica. Outro fator é a realização de movimento corporal, ou seja, ser fisicamente ativo. Mas será que qualquer atividade física ou exercício físico são adequados?
Atividade física x Exercício físico
Primeiro é importante distinguir exercícios físicos de atividade física. Apesar de serem muitas vezes tratados como sinônimos, estes termos têm diferenças importantes, e compreendê-las pode nos ajudar a responder à pergunta acima.
A atividade física é todo tipo de movimento produzido pelos músculos, que nos faz gastar energia acima do que gastaríamos se estivéssemos em repouso, é algo que não precisa ser sistematizado. Exemplos: passear com o cachorro, limpar a casa, ir à padaria, brincar, subir e descer escadas… Já o exercício físico é uma sequência sistematizada de movimentos que são executados de maneira planejada e possuem objetivo específico. Tem como característica a repetição e, em muitos casos, a sobrecarga. As diversas formas de ginástica e a musculação que são realizadas em academias, os esportes como Futebol, Vôlei e Basquetebol são exemplos de exercícios físicos.
A conceituação e distinção dos termos nos mostra que a atividade física engloba os exercícios físicos, mas nem toda atividade física deve ser considerada exercício físico, pois estes são caracterizados por sistematização, duração, frequência e, sobretudo, intensidade e sobrecarga.
Intensidade, duração e frequência
Estudos científicos que investigam a relação entre resposta do sistema imunológico e movimentação corporal indicam que o fortalecimento do sistema imunológico depende da interação entre intensidade, duração e frequência do exercício e apontam que práticas corporais leves e moderadas podem fortalecer o sistema imune, enquanto as de alta intensidade podem causar sua vulnerabilidade, levando o corpo a ficar suscetível às doenças oportunistas, como a Covid-19.
Nesse sentido, as atividades físicas estão sempre liberadas e devem ser realizadas, já quanto aos exercícios físicos, é importante levar em consideração a intensidade. Os de intensidade leve e moderada devem ser realizados, mas os de alta intensidade precisam ser evitados.
Um método simples e eficaz para se identificar a intensidade de um exercício é a aferição de frequência cardíaca durante sua prática ou logo após o término. Exercícios físicos em que atingimos até 65% de nossa FC máxima são considerados moderados e os que ficam em torno de 35%, leves. Para identificar a nossa FC máxima tira-se a idade de 220, portanto, uma adolescente de 16 anos tem a FC máxima em 204 batimentos por minuto (Bmp). Sessenta e cinco por cento deste valor é 132,65 Bpm. O número de Bpm indica a intensidade do exercício, neste caso tem-se a intensidade moderada. Portanto, esse exercício físico pode trazer vários benefícios ao corpo desta adolescente, inclusive o fortalecimento do sistema imunológico.
Esses assuntos foram abordados com a 2ª série do Ensino Médio neste segundo bimestre. As turmas executaram uma sequência de exercícios físicos relacionados à Calistenia em um espaço pequeno, em suas casas, apartamentos, salas ou quartos, e aferiram a pulsação para identificar a intensidade de cada exercício e poder analisar qual ou quais seriam os mais adequados para a manutenção de seus corpos ativos e fortalecidos em tempos de necessário isolamento social.