Inserção Social, Metodologias Ativas

A verdadeira face do saneamento básico no Brasil

Curso Saúde Coletiva e Políticas Públicas, parte integrante da 2ª série no Novo Ensino Médio, aprofunda a situação do saneamento no país e escancara os reflexos negativos para a população que não recebe um serviço tão básico e tão necessário.

Autoria – Leandro Marcio Pereira, professor de Biologia do Ensino Médio

O saneamento básico é fundamental para o desenvolvimento de uma cidade, assim como para todo um país. Além de gerar investimentos externos e internos, é imprescindível para a qualidade de vida dos cidadãos, pois aumenta sua longevidade, evita doenças, confere dignidade e orgulho de viver naquela determinada região.

Mas infelizmente, essa não é a realidade da maioria das cidades brasileiras. Muitas padecem com falta de água tratada e esgoto a céu aberto, trazendo enormes consequências para todos os moradores. Entre os principais problemas relacionados a essa situação, estão doenças parasitárias, diminuição na expectativa de vida, baixo aproveitamento escolar e rendimento no trabalho.

É com esse olhar que alunos da 2ª série do Ensino Médio trabalham no curso Saúde Coletiva e Políticas Públicas. Um dos objetivos é abordar as principais ações que envolvem saneamento básico no Brasil e o papel da sociedade no processo de dignidade de vida para as pessoas.

No andamento do curso, os alunos entrevistaram o pesquisador Rubens Filho, coordenador de comunicação do Instituto Trata Brasil, instituição pioneira no levantamento de dados sobre saneamento básico e que mapeou aproximadamente mil municípios brasileiros. Nesse encontro, para surpresa dos estudantes, descobriu-se que a cidade de São Paulo ainda possui cerca de 500 mil pessoas sem rede de esgoto e quase 100 mil sem acesso à água tratada.

Não apenas São Paulo, mas outros municípios são diretamente afetados, como Guarulhos, por exemplo, onde a média de pessoas sem esgoto tratado é de 14%. Esses números ainda são maiores nas grandes cidades no nordeste brasileiro. Aracaju, por exemplo, tem praticamente 44% da população sem tratamento de esgoto (Trata Brasil https://www.painelsaneamento.org.br).

O que mais chama a atenção do levantamento são os efeitos secundários da falta de saneamento em diversas cidades espalhadas pelo Brasil, em que água e esgoto indevidamente tratados levam a diferenças no tempo de escolaridade dos residentes (por exemplo, quem mora em regiões com menor investimento em saneamento, fica menos tempo na escola), na renda familiar (menor renda para aqueles com menos acesso) e menor expectativa de vida.

O trabalho ainda continua, os alunos estão levantando quais medidas públicas e privadas precisam ser feitas para alcançar melhoria de vida para essas pessoas, trabalhando a importância da coletividade e não apenas perspectivas individuais, percebendo como a falta de saneamento básico é um problema de todos nós.

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