Crianças do 1º ano experimentam falar sobre o que sentem, ouvir os colegas e se colocar no lugar do outro; aprendizado que cada um deles vai levar para os desafios do dia a dia
Autoria: Cristiane Regina Alarcon – Professora do 1º ano do Ensino Fundamental
O 1° ano é conhecido por ser a série que sistematiza a alfabetização, a porta de entrada para o mundo letrado. Desde muito cedo as crianças estão inseridas neste mundo, porém é na escola, em um ambiente alfabetizador, que a leitura e a escrita começam a fazer mais sentido. É também o início de outras habilidades, como as competências socioemocionais, que ganham foco, contribuem e favorecem a aprendizagem e formação integral das crianças.
Aprendendo juntos
Leitura juntos
E o que são essas competências socioemocionais? De acordo com a psicóloga Rosane Voltolini – Coordenadora da ASEC – Associação pela Saúde Emocional de Crianças em Santa Catarina e Rio Grande do Sul – “é um conjunto de habilidades para lidar com nossas emoções durante os desafios cotidianos, e que estão ligados à nossa capacidade de conhecer, conviver e ser”.
É importante as crianças aprenderem a se relacionar de maneira saudável, solucionarem problemas e conflitos com autonomia, mas para isso precisam reconhecer suas emoções, expor e conversar sobre como estão se sentindo. Vale ressaltar que essas habilidades se iniciam na escola, porém se perpetuam até a fase adulta; esta formação permitirá a construção de valores presentes no dia a dia. Crianças que crescem fortalecidas emocionalmente estarão mais seguras para agir de maneira justa, empática, solidária e respeitosa.
Aqui no Santa Maria, fazemos assembleias frequentemente com todo o grupo onde as crianças falam como se sentem, aprendem a ouvir o colega, a se colocar no lugar do outro, e aprendem gestos como solidariedade, empatia e gentileza.
Nas rodas de conversa, nós validamos, acolhemos os sentimentos e propomos reflexões com as crianças. Muitas se conscientizam que precisam rever suas atitudes e brincadeiras para com o outro. Até temos um lema: “Brincadeira boa é aquela em que todos se divertem!’’
Ao final, pontuamos juntos algumas soluções em prol de ajudar a todos. Dentre as estratégias que utilizamos, propomos exercícios de respiração, posturas de yoga e exercícios de meditação, além da confecção da pulseira da amizade, como mostram as fotos abaixo. Assim orientamos as crianças a controlarem a ansiedade, a impulsividade, a desenvolver o autocontrole e a autorregulação.
Por esta razão que a coletividade é tão importante. É nesta faixa etária que meninas e meninos começam a ter a noção do que é um grupo, do que é viver junto, estão saindo do estágio de egocentrismo e começando a entender a importância das relações e dos limites com o outro. Quando vivemos em grupo, a cooperação e o respeito são palavras-chaves para que possamos conviver em harmonia e equilíbrio. Por meio de vídeos, das ações cotidianas, de livros e de muita escuta, vamos desenvolvendo essas noções para que saibam viver em um grupo e em sociedade.
É como o sábio e visionário Padre Moreau falava: “É preciso educar mentes e corações. A mente não será cultivada em detrimento do coração. Enquanto preparamos cidadãos solidários para a sociedade, também vamos fazer o máximo a fim de preparar cidadãos de valores”.
Roda de agradecimento