Alfabetização, Educação Infantil

Quem é essa criança que chegou ao 1º ano?

Momento carregado de simbologia, ingressar no Ensino Fundamental demanda afeto e respeito para que a criança se integre e extraia o melhor dessa marcante experiência.

Autoria: Cristiane Regina Alarcon, professora do 1° ano do Ensino Fundamental no Colégio Santa Maria

No início do ano, recebemos uma grande quantidade de alunos vindos da Educação Infantil para o 1° ano do Ensino Fundamental. Além daqueles que já estavam no Santa Maria, outros chegaram de diferentes escolas. Esse é um momento que deixa muitas famílias apreensivas, cheias de ansiedades, dúvidas e expectativas…

“O que acontecerá com meu filho no Ensino Fundamental?”

 “Como será o processo de alfabetização?”

 “Ele vai brincar todos os dias?’’

É preciso, antes de tudo, esclarecer que o 1º ano é continuidade da Educação Infantil e que esse aluno tem as mesmas necessidades de qualquer criança de cinco a seis anos: brincar, ser respeitada na sua integridade de ser criança, ser acolhida…

“Para haver aprendizagem deve haver troca, e para haver troca, essa troca deve ser permeada de afeto. Precisamos não só ensinar o currículo, mas ensinar a amar, a ter empatia com o outro, e isso só se dá através do afeto e da afetividade. Para isso precisamos da família e do lúdico, pois é a através do lúdico que podemos ensinar com afeto’’ (DE PAULA e FARIA, 2010).

Em nosso planejamento, propomos atividades que garantam tempo e espaços adequados para que as crianças possam interagir, se conhecer e brincar, levando em conta, além dos conhecimentos prévios de cada um, o corpo. Esse corpo que ocupa o espaço, o corpo-movimento, o próprio corpo e o do colega, o corpo todo como objeto de aprendizagem. Toda aprendizagem passa pelo corpo, pelo sensorial e pelas emoções. Afinal, todos somos seres de emoção!

Formação de grupo

Nesse novo espaço, além do processo da alfabetização, que é um marco da série, os alunos experimentam, pesquisam, exploram, observam as vontades, as preferências, as decisões coletivas e as dos colegas. Aos poucos, vão estreitando vínculos entre eles e a comunidade escolar, vão se reconhecendo no outro e assim, sem pressa, o grupo vai se formando e novas amizades se constituem.

Nele, estabelecem-se combinados, o respeito às individualidades, o ouvir e assim vão se reconhecendo como parte de um grupo. O professor, por outro lado, com sua escuta ativa, vai acolhendo as diferenças, validando as emoções para que possam se ajustar às novas rotinas e despertem o desejo e o sentimento de pertencimento.

Acredito que é no coletivo que aprendemos a lidar com as nossas diferenças, com as nossas individualidades e a do outro, e nada melhor do que o olhar sensível e provocativo da professora para ajudá-los a fortalecer os vínculos, construir a sua identidade e a identidade do grupo.

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