Metodologias Ativas

Aula invertida

Alunos se engajam com entusiasmo nas aulas em que se posicionam como protagonistas, fazendo uso de conhecimentos previamente adquiridos, e ainda desenvolvem novas habilidades. Nesse modelo, professores atuam como mediadores para promover novas aprendizagens.

Autoria – Gabriela Bocuto Siqueira Gaeta, professora do 4º ano do Ensino Fundamental

No 4º ano do Ensino Fundamental do Santa Maria, as aulas invertidas instigam a curiosidade e o interesse dos estudantes, na medida em que são colocados à frente do seu próprio processo de aprendizagem. Cada aluno é levado a relacionar suas vivências às indagações apresentadas com saberes já adquiridos previamente e ainda levantar novas hipóteses. Na aula, confronta suas descobertas em discussões com os colegas e, na sequência, analisa e tira possíveis dúvidas com a mediação do professor.

Para facilitar a compreensão de como se dá, na prática, uma aula invertida, vamos relembrar como a série desenvolveu o estudo sobre mapas. De início, solicitamos que os alunos realizassem uma coleta dos mais diferentes tipos cartográficos e os adicionassem em um padlet, uma ferramenta online que permite a criação de um mural virtual dinâmico e interativo, servindo assim para registrar, guardar e partilhar os conteúdos multimídia.

Dessa forma, todos teriam remotamente acesso ao mural e, consequentemente, facilidade de se atentarem aos detalhes, padrões e convenções para que trouxessem à aula variadas observações. Nesse sentido, a aula invertida proporciona uma otimização do tempo didático, já que os alunos possuem conhecimento prévio da atividade por meio do material fornecido com antecedência pelo professor.

Essa prática proporcionou uma discussão muito produtiva, pois, além de todas as observações apresentadas, os alunos puderam ampliar os conhecimentos, como relatou Raphael de Abreu Barbosano: “Eu não sabia que existia mapa dos metrôs de São Paulo, mas pensando bem, como as pessoas poderiam se localizar se não tivesse?”. Já a aluna Samantha Johanna Isturiz Ramirez completou dizendo: “Eu não sabia que existiam tantos tipos de mapas e que todos eles possuíam as mesmas características, isso é muito interessante porque agora conseguimos entender todos eles e conhecemos as diversas características”.

Em um curto espaço de tempo, concluímos quais são os aspectos que perpassam todos os mapas, para chegarmos ao objetivo de nossas discussões, nossa intencionalidade, lançando a seguinte pergunta: “Como os mapas são feitos?”.

A partir desse ponto, os alunos realizaram uma atividade prática de observação. Foram convidados a utilizar um monóculo para enxergar um mesmo objeto em diferentes visões: vertical, horizontal e frontal.

Através da aprendizagem ativa, compreenderam qual visão é utilizada para a elaboração dos mapas. Comparando a observação do objeto e do padlet, concluíram que só podem ser feitos na visão vertical, como citou o aluno Bruno Fogo Solon: “Agora eu entendi! Se os mapas fossem feitos com outra visão, não teríamos noção do todo, não teríamos todas as informações e nem saberíamos nos localizar bem”.

O exemplo mostra que o ensino híbrido vem mudando cada vez mais a forma como os alunos se relacionam entre si em um ambiente de aprendizagem virtual, trazendo diversos benefícios, seja em aula remota ou presencial, pois elas se complementam, como relatou a aluna Laura de Castro Rocha: “Eu adorei fazer um mural virtual, consegui ver a pesquisa de muitos colegas, conhecer mapas novos, de outros países e até de onde moramos”.

Através dessas interações, os alunos passaram a compreender que o conhecimento está ao alcance de todos, mas a reflexão, exposição e comparação de diferentes pontos de vista e opiniões dependem das trocas com os colegas e que a aprendizagem é, e deve ser, resultante de um processo interativo.

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