Ensino Médio

Consciência crítica na produção de textos

Para além de técnicas de redação, os textos precisam trazer conteúdos instigantes e maduros, por isso os estudantes são estimulados ao autoconhecimento e à reflexão crítica do mundo que os cerca.

Autoria: Darci Garcia, professora de Língua Portuguesa da 3ª série e do Projeto Tansform(ação) do Ensino Médio do Colégio Santa Maria

Sabemos que se trata de um consenso o desenvolvimento do senso crítico entre os jovens, notadamente quando o mundo das informações gira em torno dos horizontes virtuais, que englobam análises apressadas, artificiais, sem aprofundamento, calcadas em achismos e pressupostos. Sabe-se da importância do posicionamento singular de cada um de nós, tendo em vista a necessidade de ampliação de leitura de mundo, a capacidade de raciocínio que nos permite inserir e sermos inseridos, diante da nossa condição humana de necessitar viver em grupo e por ele ser aceito.

Na escola, trabalhamos com processos, etapas de aprendizado, que envolvem pessoas com sonhos e anseios diversos. A interação com o conhecimento fornece a possibilidade de se perceber, sentir, significar, ressignificar e criar a própria visão de mundo. É necessário chegar à essência de cada um, perdida, muitas vezes, pela insegurança diante do próprio pensar em função das certezas estabelecidas e impostas. Nesse sentido, conhecer a si mesmo e ao outro importa diante dessa construção de si mesmo. Esse caminhar de autoconhecimento implica, assim, humildade e coragem diante do aprender, do desaprender e do reaprender contínuos.

A sociedade precisa, cada vez mais, de jovens que percebem a si mesmos e, diante disso, reconhecem como podem acrescentar ao todo com habilidades e competências desenvolvidas na escola, as quais podem levá-los a sonhar com soluções, traçar planos, criar saídas e transformar o contexto por meio da vontade de acrescentar e estabelecer relações empáticas que nos levem à real civilização. Sabemos que diante da nossa condição de sermos seres unos, ímpares, não podemos fingir aquilo que não somos. A artificialidade e a simulação não nos levam adiante. Então, diante disso, precisamos refletir e decidir sobre: isso é para mim? Isso está de acordo com meus princípios e valores? Se esse não for o caminho, importa deixar isso de lado.

Assim, a criticidade, advinda de uma análise responsável dos fatos, levando-se em conta todos os vieses que lhes cabem, é fundamental para que o jovem possa acrescentar à sociedade de forma autêntica, visceral, sem se deixar levar, mas expressando a si mesmo, expondo a própria verdade. É necessário que ele entenda o momento presente diante do que ora somos e volte-se ao futuro, o lugar do que podemos. Tendo em mente os estoicos, é importante perceber que o mundo é como é e não como desejamos que ele seja, mas por isso mesmo importa que sejamos autênticos, e ajamos com criticidade diante dos fatos e respeito diante do pensar do outro. Só assim contribuiremos para uma sociedade mais justa e igualitária. Sonhar nunca é demais, desde que nos envolvamos em fazer conquistas de forma a distinguir entre o idealismo e a realidade, entre o querer e o poder, entre ser válido apenas para mim ou para todos.

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Tags: 3ª série, produção de textos, redação

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