Alfabetização, Educação Infantil

Contextos de alfabetização do Jardim ao Pré

Na Educação Infantil, é necessário desconstruir a ideia voltada apenas para a conquista da leitura e da escrita. Esse processo se dá com atividades variadas que vão desenvolvendo autonomia, curiosidade, desejo e reconhecimento da capacidade de ler e escrever o mundo que cerca a criança.

Autoria: Eliane Lima, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Santa Maria, ex-professora da EJA

Na primeiríssima e primeira infância, o termo alfabetizar é muito amplo, envolve o mundo, as possibilidades que a criança tem de rolar na grama, tomar banho de mangueira, lavar o corpo da boneca, brincar de “meleca na areia”, balançar na “falsa baiana”… Como diz Elvira Souza Lima, pesquisadora de Desenvolvimento Humano e Neurociência, é preciso garantir, na jornada de trabalho desse segmento, momentos para ouvir músicas, histórias, lendas, fábulas, poesias, versos, parlendas, trava-línguas etc.

Estamos falando de experiências que trazem da escuta e da observação a comunicação entre os pares, o envolvimento emocional, o desenvolvimento da memória auditiva, do ritmo, da melodia e da imaginação, a ampliação do acervo cultural. São situações que garantem realizações intimamente envolvidas na apropriação da leitura e escrita. Além de fazerem bem ao ser humano em qualquer idade.

Exemplos de cada série

Neste sentido, no Colégio Santa Maria, cuidamos para que a alfabetização (especificamente no ambiente escolar) comece no Jardim I, quando as crianças brincam, por exemplo, com uma ciranda e escolhem um verso para ler de memória, imitando o comportamento leitor, passando o dedinho na ficha como se estivessem lendo convencionalmente.

No Jardim II, as turmas elegem um livro que gostam e leem com riqueza de detalhes apoiando-se na memória, na imaginação e na criatividade porque foram nutridas. Já no Pré, brincam de “Você Troca” (Eva Furnari) e começam a descobrir oralmente as rimas, as aliterações e, fonologicamente, percebem os sons das sílabas, sons que foram “vividos” e “brincados” corporalmente, afetivamente e simbolicamente durante toda a Educação Infantil.

Enfim, o processo da alfabetização se dá quando a criança viveu um tempo de encontro poético com a curiosidade, com a autonomia e com a possibilidade de ser capaz de ler, falar e escrever o mundo, por ter vivido em espaços e territórios de aprendizagens, transformando a informação em conhecimento vivo, singular e universal.

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