Abrimos um espaço para o relato de duas mães de filhos únicos que compartilharam suas angústias, experiências e alegrias
Autoria: Alessandra Seidenberger – Departamento de Comunicação do Colégio Santa Maria
As aulas voltaram há apenas 20 dias e, como ainda é pouco tempo e tivemos o feriado de Carnaval logo na sequência, as turminhas do Infantil ao Pré (faixa de 2 a 5 anos de idade), continuam na fase de acolhimento. É onde o choro e a insegurança acontecem pela saudade das mães e dos pais quando vão embora, e quando tudo é novo: professoras, amiguinhos, ambientes…
Deixar o aconchego do lar é uma tarefa nada simples para meninas e meninos nos primeiros anos de vida. Por essa razão, fomos conversar com duas mães que nos contaram a experiência delas na hora de colocar as crianças no Santa Maria e de lidar com essas questões que mexem com o coração dos pequenos e dos adultos também.
Eu matriculei o Davi no Santa Maria em agosto do ano passado. Ele nunca teve babá nem outra pessoa que cuidasse dele, a não ser eu e meu marido, então eu sabia que o início na escola seria muito difícil.
Cheguei com o coração apertado, com borboletas na barriga! Foram dias bastante difíceis mesmo; a adaptação do Davi durou quatro meses e meio. Nesse período todo, eu o acompanhei na sala de aula com as professoras me instruindo, fazendo esse distanciamento gradual com todo o respeito e carinho com ele e comigo.
Algumas vezes eu cheguei a pensar em desistir porque tinha dias que ele chorava muito e eu dizia: “eu não vou dar conta disso, não vou conseguir”. O Davi queria que eu ficasse dentro da sala de aula. Foram passando dias e dias, e a minha presença acabou virando um costume pra ele. Por outro lado, isso fez com que ele passasse a confiar na professora Tathiane e nos amigos porque, até então, ele não aceitava colo, beijo e abraço de ninguém.
Dia após dia a gente foi construindo esse laço que aconteceu naturalmente, graças a toda a paciência da Eli (Eliane Lima, coordenadora pedagógica) e das professoras; elas foram dirigindo esse “distanciamento” necessário entre o Davi e eu, e se aproximando mais dele.
Um dia eu cheguei na Eli e falei: “não aguento mais, eu cheguei no meu limite, estou pensando em tirar o Davi da escola”. Eu falo que ela foi um anjo na minha vida e eu não esperava encontrar uma escola desse jeito, com esse aporte todo, tanto pra gente quanto para a criança, porque é muito difícil. Ele é meu único filho, é tudo novo pra mim.
A Eli me abraçou, me instruiu e conseguiu me fazer pensar diferente quando eu já estava decidida a tirá-lo da escola. Ela falava muito que a confiança é gradual e que vem com o dia a dia, e isso me dava muita segurança, me fazia entender que o que estava acontecendo era parte do processo.
Eu não imaginava que uma escola pudesse oferecer esse tipo de acolhimento, essa tranquilidade da equipe nos dias mais desesperados da minha vida de dizer: “calma, vai dar certo”.
O Davi está transformado! De um bebê, ele passou a ser um menino de quatro anos, superdesenvolvido, em um período tão curtinho de seis meses.
Esse ano, no primeiro dia, ele já chegou e entrou com a professora Gabriela, já ficou bem e está assim, desde então. É um grande alívio! Todas as mães que eu encontro aqui na escola passando por isso, eu falo: “fica tranquila, que ninguém ficou mais tempo do que eu nessa escola, e deu certo”! (risos)
Quando partimos para conhecer o Santa (a Livia veio de uma outra escola), fizemos a vivência, e logo de cara nós gostamos muito da experiência junto com os pais das outras crianças.
Esse primeiro contato foi tão gostoso que chegamos a pensar: “será que ela vai achar que o pai e a mãe dela vão estar todos os dias na escola”?! (risos)
Ela gostou bastante e a gente ficou bem feliz porque logo naquele dia, nós fomos bem acolhidos, as informações foram passadas de uma forma muito clara de como seria a adaptação; essa era a minha preocupação, já que a Livia tinha vindo de uma experiência negativa na outra escola, onde ela entrava e saía chorando.
Conversei com a Eli no mesmo dia da vivência porque eu e meu marido estávamos bem angustiados, pelo medo de que a Livia tivesse ficado com algum tipo de trauma, tanto que nós a tiramos da outra escola, antes de terminar o ano letivo em 2023.
Dissemos que nós íamos precisar de um tempo com ela, e de paciência. A Eli disse que poderíamos ficar juntos sempre que a Livia precisasse, e que daria certo.
O ambiente do Santa Maria é gostoso, é diferente, eles passam a maior parte do tempo fora da sala. Tudo isso foi tranquilizando a gente. E no primeiro dia de aula foi um pouco mais fácil, apesar da ansiedade de ver como a Livia ia reagir.
Além do acolhimento com que nós fomos recebidos, a experiência dos profissionais me tranquilizou bastante. Ouvir que há professoras com mais de 10 anos de carreira na Educação Infantil, foi muito importante.
Hoje as crianças foram recebidas no parque de areia, e isso é sensacional, o fato de se pensar nelas, como tudo é conduzido e como elas são tratadas. As atividades são bem diversificadas, eles não ficam muito tempo numa única atividade.
Às vezes a Livia chora um pouquinho, que é o normal dela, mas ela está se divertindo, aproveitando e, quando eu vou buscá-la, ela vem com um sorriso, contando histórias, sabe? Isso está sendo muito gratificante pra mim e estou muito feliz com a minha escolha!