Autoria: Gabriela Hirata – Professora do Jardim II do Colégio Santa Maria.
A linguagem cartográfica tornou-se importante na Educação Infantil contemporânea, não somente para a criança atender às necessidades que surgem em seu cotidiano, mas para estudar o ambiente em que vive, localizar-se espacial e afetivamente nele. Isso é exatamente o que acontece com as turmas do Jardim do Colégio Santa Maria.
Encantados pelos “espaços”, as crianças vivenciam, exploram os ambientes por meio do “brincar”, fortalecendo laços afetivos e desejos de pertencimento ao grupo e à escola.
O interesse pelos “espaços afetivos” tornou-se a marca das turmas e, com isso, mapear esses “lugares” ganhou consistência e profundidade. Ao conhecerem, explorarem e vivenciarem os diferentes territórios, o desejo de imprimir “marcas” tornou-se evidente. Assim, da “cartografia afetiva”, seguimos para o estudo da “cartografia física”, mapas dos espaços efetivos do Colégio Santa Maria.
A intencionalidade do trabalho com mapas está sendo o de construir conhecimentos, vivências, experimentações e compreensão, proporcionando ao grupo segurança e pertencimento no local no qual estão inseridos. Afinal, trabalhar cartografia na primeira infância parte primeiro do “corpo-espaço”, um corpo que rola, salta, equilibra, corre, ocupa fendas, brechas e muda de direções. Uma alfabetização que compreende a localização, auxilia na observação e percepção dos diferentes territórios, levando as crianças a compreenderem a leitura de mundo.
Por isso, afirmamos que o estudo sobre mapas é um dos pilares importantes para trocas entre as relações humanas e seu meio, evidenciando ações afetivas.
Nestas proposições, as crianças mapearam lugares, desenharam rotas, caminhos, e o corpo vem vivendo essas explorações por meio dos sentidos. Trabalho que envolve habilidades e aprendizagens:
• Atenção, lateralização, observação, representação, registro, praxia global e fina.
• Desenvolvimento de pertencimento aos espaços em que se vive.
• Exploração dos “territórios afetivos”, nomeando e identificando.
• Refinamento da linguagem oral na organização de ideias e pensamentos.
• Leitura cartográfica de mapas.
Sabemos que os investimentos na primeira infância são essenciais para “formarmos” adultos com compreensão do espaço geográfico com maior leitura e compreensão de mundo e suas dinâmicas espaciais.
Portanto, com o trabalho da cartografia afetiva para a cartografia física, as crianças revelaram e potencializaram suas aprendizagens com seus próprios mapas (“mapas de crianças”) e nestes, codificaram e decodificaram o mundo real de acordo com o nível do seu aprendizado.