Escola também é lugar de aprender valores como respeito e valorização do outro, empatia e autossuperação, elementos que colaboram para o desenvolvimento socioafetivo e emocional do aluno e levam a uma formação que valorize a convivência harmoniosa e cidadã.
Autoria – José Ricardo Rik do Val, professor de Educação Física do 1º e 3º ano do Ensino Fundamental
Esses princípios fazem parte da missão do Santa Maria, por isso todas as séries têm projetos que caminham nesse sentido. No 3º ano do Fundamental, por exemplo, as turmas participaram de uma sensibilização iniciada nas aulas de Ensino Religioso, buscando a percepção do outro, suas semelhanças e diferenças. Assim, se aprofundaram na deficiência sensorial auditiva e foram convidadas a gravar um clipe coletivo, em forma de videoconferência, fazendo uso de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais).
Ao navegarem nesse universo de adaptações, nas aulas de Educação Física observaram as potencialidades presentes nos cadeirantes, amputados e deficientes sensoriais. Os chamados “Super Humanos” e seus feitos incríveis, observados tanto em Jogos Paralímpicos quanto no cotidiano, na expressão artística, ou seja, no dia a dia, foram objetos de várias conversas: O mundo é acolhedor ou não?, As cidades e suas arquiteturas incluem ou excluem?, Como é a vida de um cadeirante no Brasil e no exterior?
Desse modo, desdobrou-se uma reflexão sobre o respeito e a admiração despertados em todos nós, sobre as possibilidades e potencialidades infindáveis que as pessoas podem apresentar, estando privadas ou não, com comprometimentos de ordem maior ou menor. Para aproximarmos os estudantes de uma experiência real, fizemos uma entrevista com Ricardo Fujikawa, jovem profissional de Engenharia, nascido sem o aparelho auditivo externo e surdo desde o nascimento. Nela pudemos aprender que, se você se prontificar a desenvolver empatia pelo meio e pelas pessoas ao redor, tiver uma dinâmica familiar que incentive e torne mais leve a busca cotidiana pela comunicabilidade, demonstre persistência e desejo de superar dificuldades por si, a vida pode ser aproveitada com desejo, prazer, realizações e desafios.
“Somos todos diferentes” e “surdos ou não, todos sentimos alegria” foram frases criadas na hora com as crianças para a prática de LIBRAS com nosso entrevistado. A reflexão nos ajudou a pensar em uma ideia ancestral: construir um mundo mais justo e acolhedor, com alegria e gratidão por nos reconhecermos privilegiados pelo corpo e pela saúde, é um exercício diário.
“Mesmo sendo todos diferentes, podemos sentir a alegria de aprender uns com os outros a cada dia” – adaptação das frases construídas com todos os alunos em dinâmica de LIBRAS com o convidado Ricardo Fujikawa. Veja aqui o vídeo da conversa: