Educação em Pauta

E viva São João!

Autoria: Vitor Campos, Professor de Educação Física do 9º ano.

Como é bom voltar a sorrir em nosso arraial. É inegável que a festa junina do Colégio Santa Maria é um evento aguardado por toda comunidade, desde as crianças esperançosas por brincar nas barracas para se encherem de brindes, até ex-alunos, há tempo formados, desejosos em rever rostos familiares. A festa carrega consigo uma tônica de alegria e um sentimento de saudosismo muito grande. Para além das inúmeras vidas perdidas e estragos causados, a terrível pandemia do COVID-19 também nos tirou o prazer e a possibilidade de festejar e sorrir sob o teto embandeirado de nosso colégio. Após dois difíceis anos de isolamento social, foi possível voltar a cantar, em nome de São João, Santo Antônio e São Pedro, no sábado de 11 de junho de 2022.

O que pode se dizer deste evento?! Que seu retorno foi magnífico, festa junina é sempre muito bom, mas a do Santa Maria não é nada menos do que espetacular. Um sábado que começou chuvoso, com uma leve garoa, terminou com um campus lotado sob a luz do sol, e com uma quadrilha de ex-alunos que quase não coube no ginásio de esportes. Nem mesmo o frio foi capaz de diminuir a ansiedade e o prazer de estar em boa companhia. Lá do céu, aqueles que infelizmente não puderam estar conosco (In Memoriam Sister Anne Veronica, Carlos Colabone, Aurea Curti, observavam com animação e alegria a festança se formando. Talvez pela manhã, São Pedro tenha derramado as lágrimas deles para abençoar a nossa festa…

Mas este não é um evento de apenas um dia. Durante meados de maio e começo de junho o colégio passa por uma verdadeira metamorfose. É preciso aqui reservar algumas linhas para parabenizar imensamente o pessoal da conservação da escola, que como um passe de mágica levantam barracas, decoram e reconfiguram o espaço pedagógico, um trabalho, aos olhos de quem está de fora, insano e primoroso, digno de palmas e respeito. Também não se pode deixar passar os esforços da equipe de limpeza e segurança, os quais permitem que a festa seja tão boa, quanto dizem os relatos daqueles que já estão no aguardo das próximas. Outro trabalho impecável é da equipe do audiovisual, desde o cuidado e companhia nos ensaios gerais, até a ambientação de nossa festa deixando todo o espaço em um clima junino do qual não dá vontade de sair. Em suma, uma festa de todos, com todos e para todos.

Uma festa que preenche a escola fisicamente e pedagogicamente. Um ponto alto e de muito aguardo são as danças de cada série, um trabalho estupendo, que conta com a parceria de toda a equipe docente e discente, para a construção de diversas danças, carregas de diferentes simbolismos, a fim de ampliar a festa, diversificando as culturas que a compõem. Uma brasilidade fervorosa inunda o ginásio, representando este país em suas mais singulares manifestações. Este ano não foi diferente, Sul, Norte, Nordeste, nossas raízes afro-brasileiras, entre outras manifestações culturais foram tematizadas, ao longo de todo o sábado, contando com a animação e entusiasmo dos alunos, principais promotores desta jornada cultural. Em aulas demonstram o apreço por poder dançar e celebrar neste momento tão simbólico para a escola.

Este momento de retorno também contou com uma nova proposta, sustentabilidade era a palavra de ordem. Pensar em sustentabilidade, é pensar de forma estratégica afim de cuidar da casa comum. Este ano o caderninho foi substituído por uma versão virtual, diminuindo a quantidade de materiais que potencialmente virariam lixo ao final do evento. A sustentabilidade se manifesta do ponto de vista ecológico, social e econômico, entendendo que todos são responsáveis e afetados pelo cuidado com o outro, uma vez que boa parte das barracas tiveram sua arrecadação destinada a diferentes projetos sociais apoiados pela escola.

Nas palavras de Gerson, que não perde uma festa junina desde 1994, este retorno foi marcado pelo seguinte:

“A festa junina foi bem proveitosa. Para mim, de maneira especial, muito trabalhosa e muito gostosa ao mesmo tempo. […] foi fechada com chave de ouro, eu acompanhei no dia todas as danças, monitorei a entrada dos alunos, , eu vi que as pessoas estavam felizes. As pessoas se encontraram após um período longe, né? Eu vi o brilho no olhar de muita gente. Até ex-alunos, pessoas que eu não via há mais de 10 anos, vieram e me cumprimentaram, nossa foi muito bom! Os alunos dançaram, fizeram sua parte maravilhosamente bem, apesar do tempo ruim, o calor humano foi mais forte do que o frio e a chuva. De modo geral, valeu a pena esse recomeço, esse reencontro. ”

E que recomeço! Gerson presenteou a comunidade com um repente junino, importante para aquecer os corações e preparar todas e todos para celebrar esse reencontro tão aguardado. Por fim, o tão aguardado retorno da festa junina não deixou a desejar, o intenso trabalhado enfrentado por todas os integrantes do colégio, foi recompensado com os sorrisos e o sentimento de “missão cumprida”.

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