Educação em Pauta

Vamos nos encontrar?

Nossas reuniões de fechamento do 2º bimestre demonstraram a importância da parceria entre família e escola.

Autoria: Colégio Santa Maria

Falar sobre reunião de pais pode parecer cansativo, recorrente e obrigatório, mas, na medida em que os filhos passam dos dois, três anos de idade e o universo escolar torna-se uma nova realidade, a parceria com os profissionais que vão formá-los é fundamental. Sob essa perspectiva, tudo se torna mais leve e produtivo, tanto para as crianças e adolescentes, quanto para seus familiares e educadores.

A cada ano e a cada término de ciclo, etapas são vencidas e novos desafios vão surgindo; tudo dentro do esperado quando se fala em educar, formar, socializar, aprender a respeitar o próximo e a conviver com ele dentro de padrões de comportamento necessários para a vida toda. Em um ano de escola, quantas situações acontecem no dia a dia, quantos avanços, quantas mudanças e metas a serem cumpridas. Nem sempre tudo é encarado com positivismo ou naturalidade, afinal, toda mudança exige empenho, dedicação e esforço; cada passo e cada etapa a vencer requerem um olhar atento de todos os envolvidos neste processo tão desafiador de educar.

Acredito que até aqui você, leitor, compreendeu que o nosso papel enquanto educadores e o das famílias é de, juntos, representarmos uma força potente que vai impulsionar cada criança, cada estudante desta instituição a conquistar, a aprender e a encontrar o verdadeiro valor do saber, sob todos os aspectos.

Com o fechamento do 2º bimestre, realizamos mais uma vez nossos encontros, alguns presenciais outros remotos, como foi o caso do Ensino Fundamental II. Um momento de extremo valor e importância para toda a comunidade escolar. “Sabemos que sem a parceria dos pais e a divisão de responsabilidades – estudantes, pais e escola – as fragilidades se tornam mais difíceis de serem superadas. Anteriormente, as dificuldades eram expostas e, de maneira geral, caberia somente ao estudante dar conta de suas demandas. Sem a parceria, fica muito difícil a superação”, conclui Ana Lúcia Parro, Orientadora Pedagógica do 6º ano, uma série que, naturalmente, traz o desafio da mudança de ciclo, onde alunas e alunos passam por alterações importantes nos procedimentos. Não existe mais a figura da professora polivalente e, portanto, com o aumento do número de professoras e professores, e de conteúdo, a criança, já quase na adolescência, passa a ter mais responsabilidades.

E agora? Como transpor esses obstáculos, além do agravante do longo tempo de “escola em casa”? Marjorie S. Battistella relata que sua filha ainda tem dificuldade em se organizar, principalmente depois da pandemia, com o aumento do uso de recursos tecnológicos. Por essa razão, ela tem uma relação estreita com os professores. “Sempre busco a escola como recurso para apoiar em questões de aprendizagem e de comportamento. Recebo muito apoio da coordenação nesse processo e considero a reunião importante para entendermos que a escola é uma parceira nossa, mas não é responsável pela educação dos nossos filhos”. Marjorie, que é Relações Públicas e tem uma atividade profissional intensa, tem outra filha no 8º ano.

A artesã Elaine F. Mendes, também mãe de alunos do 6º e do 8º ano, sente que os meninos tiveram uma boa preparação para essa fase, quando estavam no 5º ano, por isso a adaptação aconteceu naturalmente. “Os professores vão preparando os alunos de tal forma que eles vão super bem; não tive problema nessa transição, e percebo que nas reuniões de pais, as metas, os objetivos são colocados com muita clareza”, diz.

Pai de aluna do 5º ano, Henrique Kurebayashi, deixou um comentário para a professora no aplicativo do Colégio: “Só temos que agradecer por toda a paciência e cuidado com a Lívia. A reunião ontem foi perfeita, o formato digital é enriquecedor e trouxe muito dinamismo. Obrigado por isso!”, concluiu. Conversando conosco, Henrique disse que escreveu a mensagem porque ele nem sentiu a reunião passar, de tão produtiva. “A gente não tem a visão de como os nossos filhos se comportam na escola, e o vídeo [transmitido para os pais] traz isso de uma maneira muito mais rica, a gente pode sentir o clima de como os alunos fazem uma atividade, como eles interagem com os colegas. A gente educa em casa, mas sabe que a professora e o Colégio são parte fundamental do processo de crescimento e amadurecimento dos nossos filhos”, completa Henrique, que tem outra filha no 2º ano do Ensino Fundamental.

Na última quarta-feira, nossa reportagem visitou a reunião de uma das salas do 4º ano. Ao contrário daquele ambiente mais formal e com a seriedade que o momento requer, nos deparamos com um grupo super descontraído, sorridente e participativo; prova de que a retomada definitiva das aulas presenciais trouxe novos ares. Uma breve apresentação dos trabalhos das professoras e professores especialistas mostrou o cotidiano das aulas que acontecem fora da sala, como Educação Física, Música, Artes…Na sequência, a professora polivalente com toda a habilidade de quem conhece cada um de seus alunos e alunas, expõe a evolução do grupo desde o início do ano, e as fragilidades também. Afinal, após dois anos de aulas remotas, as crianças passam por um processo de adaptação. A professora Renata Ferrari faz um relato para mães e pais presentes de como alunos e alunas se comportavam quando precisavam fazer um trabalho em dupla ou em grupo, por exemplo. Era cada um por si, não havia interação. Mas aos poucos esse quadro mudou, assim como a participação, a organização, os cadernos, tudo está ganhando novas formas. “Eu sinto que a volta da rotina trouxe uma visão para as famílias do que realmente acontece na escola; não são tarefas soltas, não são assuntos aleatórios, tudo se conecta”, diz a educadora.

E por falar no conhecimento de mães e pais do que ocorre na escola, a proposta de uma dinâmica na reunião faz com que eles vivenciem uma experiência de aprendizagem, ou seja, eles são colocados em um contexto de sala de aula. É tudo muito divertido, leve, mas bastante produtivo também. “Quando fica claro para a família que o trabalho dentro da sala de aula é intencional, tem um porquê de existir, essa parceria vem naturalmente, mesmo que a observação seja a mais dura de se ouvir. A perspectiva que a escola tem dado para essa relação com as famílias vem nutrindo uma relação mais saudável, de menos cobrança e mais aliança”, explica a professora.

Caroline Honorato Silva é uma assídua participante desses encontros. “Eu sentia falta desse olho no olho durante a pandemia, a troca com os outros pais. Da maneira como a professora explica, deixa tudo muito claro, eu consigo ver o que ela diz, na minha casa, como o meu filho lida com a lição de casa e com o ambiente escolar. O Davi teve muitas conquistas desde o começo do ano até aqui; ele ganhou autonomia, consegue estudar sozinho. Isso aconteceu a partir do 2º bimestre”, conclui.

Em outra sala de reuniões, conversamos com uma mãe de dois filhos no Santa, a administradora Cinthia Moreira Pfannemuller. A impressão que ela teve da primeira reunião no início do ano para esta, foi de que houve um amadurecimento de todas as partes. “O trabalho amadureceu, a professora se mostrou mais segura por já conhecer as famílias. Com relação às crianças, elas saíram de uma fase infantil, quando veio a pandemia, para outra quase juvenil; é um 4º ano atípico que não está trabalhando com crianças que vieram de um 2º e um 3º ano convencionais. É lindo ver a potência da escola nesse acolhimento”, diz.

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