Metodologias Ativas

Equipe do 8º do Santa Maria investe em acolhimento emocional para fortalecer e promover aprendizado

Com atividades criativas e lúdicas, como uma produção de ‘mapas afetivos’ e jogo de detetive, nossa equipe iniciou o ano letivo priorizando o desenvolvimento socioemocional dos estudantes

Autoria: Equipe pedagógica do 8º ano

É consenso que a escola ocupa o papel formador na construção dos saberes e da preparação dos estudantes para as etapas futuras da vida, sejam elas acadêmicas ou profissionais. Entretanto, é de fundamental importância não perdermos de vista que todo ser humano é composto por mente, corpo e emoção. A preocupação com os contatos iniciais na escola, assim como a manutenção de espaços e momentos de acolhida estão entre as metas da equipe do 8º ano.

Na primeira etapa deste ano, nosso objetivo foi proporcionar momentos de acolhimento com um ambiente propício para o aprendizado, para o desenvolvimento da autoestima e da confiança, além de favorecer a criação de vínculos afetivos saudáveis. Com esse objetivo, toda a equipe pedagógica da série produziu atividades diversas, embasada no projeto do 8º ano: “Adolescência em foco”.

PRODUÇÃO DE MAPAS AFETIVOS

As turmas foram convidadas a produzirem “mapas afetivos” com o propósito de representarem um lugar ou lugares do CSM que despertassem: memórias, significados e histórias, reconhecimento de pessoas da turma, a partir da produção em linguagem cartográfica, e da relação que eles (estudantes) estabelecem com lugares do Santa Maria; reconhecer que, mesmo não conhecendo profundamente os colegas, há entre eles algo em comum: os espaços que são compartilhados no território do Colégio. Um terceiro ponto foi despertar o interesse por gostos, histórias e memórias dos colegas, a partir da produção e compartilhamento dos mapas afetivos.

Os mapas foram produzidos e socializados entre os estudantes, que conversaram sobre esses lugares e a importância que eles têm para cada um de nossos (as) alunos (as).

Assim, estabelecemos uma relação entre a produção do mapa afetivo e o primeiro eixo do projeto da série, “Juventude e territorialidade”, cujo foco é pensar na relação dos jovens do 8º ano com os territórios da cidade, ou seja, como se constrói a territorialidade do grupo e como eles se vinculam a estes espaços.

O SUMIÇO DA EQUIPE PEDAGÓGICA

A atividade se efetivou por meio de um jogo de detetive, no qual os jovens-detetives, inspirados em Sherlock Holmes, leitura obrigatória do 1º bimestre nas aulas de Língua Portuguesa, foram convidados a decifrar os enigmas sobre a equipe pedagógica da série.

Com o objetivo de estreitar laços entre os estudantes e a equipe, eles tiveram a oportunidade de conhecer cada profissional que atua na série, por meio de pistas, imagens que revelam gostos, preferências e particularidades dos docentes. Divididos em dois grupos, os alunos participaram com muita empolgação do processo para desvendar as características de cada docente.

Conto de enigma é um dos conteúdos abordados e trabalhados ao longo do 8º ano; foi uma maneira divertida de, ao mesmo tempo, inserir um pouco de mistério e adivinhação, próprios dos contos de aventura, a um momento de acolhimento e troca entre docentes e educandos.

Link do jogo criado pela professora Raquel Romero Guirado

PRODUÇÃO DE PORTA-RETRATO (cápsula do tempo)

Cada estudante recebeu uma folha de sulfite e teve que elaborar uma borda (moldura) na folha, representando uma moldura de quadro, tal como a caixa de texto na qual essas informações sobre a atividade estavam disponibilizadas.

Uma vez feita a borda (moldura), os alunos receberam uma silhueta humana impressa em papel para que eles a transformassem na pessoa que os alunos acreditam que encontrarão no futuro, mais precisamente, ao término deste ano letivo.

Esse exercício visou “projetar” aspectos que os (as) estudantes acreditam que poderão incorporar àquilo que sabem sobre si mesmos ou sobre o que imaginam que serão durante o percurso acadêmico da série.

No verso da foto, elencaram características e aprendizagens que eles acreditam serem importantes para adquirirem durante esse ano. Fixaram a foto na moldura e, posteriormente, vão analisar quais eram suas expectativas no início do ano e se elas de fato se confirmaram ou não.

EMOCÕES À FLOR DA PELE: COMO TRATAR?

Ainda neste mês, os professores iniciaram o Projeto Situações Familiares, que será desenvolvido ao longo do ano. A proposta é lidar com situações do cotidiano dos estudantes, já vividas por muitos, que são fruto de diálogos constantes e instabilidade entre eles. O objetivo inicial é desenvolvermos o autocuidado e o cuidado com o outro, com foco nas habilidades socioemocionais. O primeiro debate tratou das emoções “à flor da pele”, muitas vezes praticadas sem consciência e que podem ofender os colegas, em alguns casos, de forma repetida, caracterizando práticas de bullying.

Os estudantes, inicialmente, assistiram ao vídeo AGIR PELAS EMOÇÕES e, em seguida, discutiram a postura da personagem principal: uma senhora teve uma atitude inadequada e até violenta com alguém que foi super gentil, mesmo tendo seu pertence furtado por ela. Os alunos foram levados a refletir sobre as ações da mulher, que agiu de forma destemperada e só percebeu o equívoco depois de já tê-lo cometido, e do homem que é ofendido, mas não reage. Trouxemos o debate para o ambiente escolar e discutimos o quanto situações como essa podem ser recorrentes e negativas para ambos os envolvidos.

Assista ao vídeo que usamos para este debate.

Em seguida, os estudantes foram convidados a encenar, de forma improvisada e em pequenos grupos, situações oferecidas em estudos de caso envolvendo três irmãos em constante conflito: Erik, Igor e Joana. O mais velho, no começo, não percebe, mas pratica bullying com o mais novo, a irmã assiste a tudo e, inicialmente, não sabe como reagir; o mais novo é passivo no início, porém, busca ajuda para lidar com a situação. Todos juntos precisam de muito diálogo para superarem os desafios impostos.

Refletindo

As duas sequências didáticas apresentadas mostram que acolher os estudantes  tem sido cada vez mais desafiador na educação contemporânea. Entretanto, é sabido que este caminho tem se mostrado promissor em muitas práticas pedagógicas compartilhadas em estudos atuais, uma vez que pelas emoções podemos chegar à mente e fundamentar saberes. É por meio delas (emoções) também que fortalecemos os vínculos, construímos relações de confiança, criamos e sedimentamos espaços de ensino e de aprendizagem eficazes para todos.

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