Educação Infantil, Eu Professor

Escolas são pontes, não barreiras: experiências vividas nas diferenças

O propósito aqui é refletir a respeito do que significa derrubar barreiras e viver nas diferenças, trazer a ideia de experiências que atravessam, que marcam o cotidiano da Educação Infantil e nos convidam a pensar a respeito da educação como lugar de conviver com tempos-espaços de Pedro, de João, de Manuela, de Alice, de Luísa, de Carlos, de José, de Letícia, de Vitória, de Samuel, de Mariana…

Autoria: Eliane Lima, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Santa Maria, ex-professora da EJA.

Cada criança tem suas singularidades e subjetividades. Algumas são habilidosas na linguagem, na corporeidade, outras na lógica, na ciência; algumas demandam cuidado na socialização, nas interações, nas limitações físicas, neurológicas ou em suas síndromes e transtornos.

Todas ocupam espaços escolares vividos na política da diferença, na afirmação de que a vida se amplia e se enriquece na multiplicidade e não na falsa aceitação ou tolerância. Afinal, nos constituímos na relação com o outro, sendo o múltiplo necessário, humanizador, empático e cristão.

Por isso, assim como Rubem Alves diz que escolas precisam ser asas e não gaiolas, escolas devem ser pontes e não barreiras. Pontes no sentido de trazer para o cotidiano a beleza e a poética de se viver em um lugar privilegiado de estar com e para… Para aprender na partilha, na troca, na negociação, na perspectiva que acolhe e que respeita tempos, ritmos, limitações cognitivas, físicas. Em uma escola que valoriza um currículo humano, que traga a vida diversa para dentro das salas de aulas, que permita a comunhão nas diferenças.

Viver sem barreiras é mais do que se falar das diferenças como algo externo a nós, é conviver nas diferenças, uma vez que todos somos como somos.

Como professoras da infância, sabemos que precisamos nos colocar como militantes nesse lugar de abertura para o novo e para todos os desafios que esse novo nos apresenta. Entendemos também que é na primeira infância que acontece a construção de um olhar de compreensão, amorosidade, respeito e aceitação ao se viver nas (des)igualdades, com nossas diferenças. É o período em que pontes são construídas, não apenas nas adequações dos espaços físicos, mas nas relações afetivas quando, verdadeiramente, trabalhamos com as crianças a celebração da vida. Do fato de que somos todos outros, somos possibilidades, o plural, o múltiplo.

E nessa percepção de pluralidade é que brindamos a inclusão e o pertencimento. Simples assim!

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