Nossas crianças têm à disposição um laboratório natural para que o processo de investigação ocorra: a horta.
Autoria: Cristiane Alarcon – Professora do 1º ano.
A observação e a escuta são processos vividos no cotidiano do 1° ano, o que requer um olhar sensível e investigativo por parte do professor.
Na escuta encontramos tesouros. Partindo dessa premissa, uma vez que as crianças, com sua curiosidade inata, questionam e querem saber sobre o mundo, muitos são os desafios para o caminho da pesquisa: alimentar e nutrir a curiosidade, fazer provocações estimulando a formulação de “boas perguntas’’, além de proporcionar momentos para que levantem e testem suas hipóteses.
Momentos como esses dão oportunidade para que as crianças vivenciem novas experiências e construam o seu conhecimento, desenvolvendo a reflexão, o espírito investigativo e a capacidade de argumentação.
Exemplificando essa reflexão, vou contar um pouco sobre um laboratório natural que temos em nosso Colégio: a horta. Um espaço privilegiado, onde as crianças têm acesso diário para a observação e pesquisa. É ali que elas pesquisaram e coletaram informações com o Jurandir, jardineiro responsável, sobre o solo: os cuidados, os tipos e os animais que moram nele. “Colocando a mão na massa’’, primeiramente plantaram vegetais – salsinha, cebolinha e alface – por meio de sementes e depois por mudas. Processos diferentes, aprendizados diferentes!
A cada observação se encantavam com o crescimento, a textura das folhas e as partes que surgiam em cada planta. Animados, anotavam e desenhavam no caderno.
Durante esse processo, hipóteses surgiam:
• O QUE É UMA HORTA?
• O QUE SÃO MUDAS E SEMENTES?
• PRECISA PREPARAR A TERRA?
• PODE COMER DEPOIS?
• VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU?
• QUANTO TEMPO DEMORA PARA CRESCER?
Com o tempo, testavam suas hipóteses e observavam que cada vegetal tem um tempo certo para crescer e que é preciso cuidados especiais como: preparação do solo, luz adequada e quantidade de água necessária. Observaram, ainda, que imprevistos podem acontecer, como as chuvas fortes que estragaram os nossos pés de alface.
– E agora? Como resolver esse problema?, provoquei.
Tivemos que replantar! E logo veio a solução:
– Jurandir, podemos construir um “abrigo’’ ou uma “cabana’’ para proteger a alface?
– Sim, é uma boa solução! , respondeu Jurandir.
Cobertura feita, agora é esperar e observar; e no tempo certo, colher!….
No dia da colheita, as crianças levaram os pés de alface para casa para experimentar o que plantamos com as nossas próprias mãos; e isso tem outro significado…ahhh, se tem!
“Cris…eu experimentei pela primeira vez e adorei”! Este foi um comentário comum em nosso grupo.
Quanto aprendizado nesse processo onde escuta, observação, pesquisa, espera e resolução de problemas estão presentes e são reais!