Ex-alunos

Reencontro inesquecível

Ex-alunos celebram 75 anos do Colégio Santa Maria; o encontro foi uma parte das comemorações que se estendem por todo este ano

Autoria: Alessandra Seidenberger – Departamento de Comunicação do Colégio Santa Maria

No último dia 2 de setembro o Santa Maria foi palco de um evento memorável, que reuniu centenas de convidados, a maioria formada por ex-alunos. Após a missa do 3º ano, que também celebrou o aniversário do CSM com o ginásio esportivo lotado, os convidados se dirigiram para o auditório Sister Charlita. Foi um misto de comemoração, de choro e risos, simultaneamente. Foi também difícil segurar a emoção dessa “grande turma”, representada por uma plateia de diversas gerações.

A cerimônia destacou a importância histórica do Santa Maria na educação e sua contribuição para o desenvolvimento de tantos indivíduos. Imagens projetadas no Datashow e depoimentos emocionados deram o tom da celebração. A primeira aluna do Santa Maria, Catherine Greenless, de 81 anos, gravou uma entrevista que foi exibida para a plateia.

Sempre bem-humorada e contando histórias cativantes, Sister Diane arrancou risadas da plateia. As apresentações de música e dança com a participação de alunos e ex-alunos nos instrumentos, liderados pela professora Alessandra Nunez, tornaram esse momento uma grande festa. A atmosfera estava carregada de lembranças e abraços apertados, à medida que pessoas que não se viam há anos se reconectavam.

Um dos grupos de ex-alunas que estavam na plateia, era formado por quatro amigas que se formaram em 1979, última turma feminina do Colégio. Fernanda, Maria Cristina, Pilar e Cecilia foram alunas do semi-internato, período que se estendia das 8h às 16h.


Atrás, da direita para a esquerda: Maria Cristina, Pilar, Fernanda e Cecília

Maria Cristina Guimarães, que vive há 33 anos nos Estados Unidos, era pura emoção. “A gente tem um vínculo grande, sempre fomos muito unidas”, diz ela, que veio especialmente para o evento.

“A gente tinha uma educação muito centrada no indivíduo, no ser, na nossa formação como pessoa, tinha um lado muito humanitário”, conta Fernanda S. de Carvalho, que é jornalista.

Cecília Abrahamsson, psicóloga, conta que fazia parte das viagens missionárias do Colégio, pelo interior do Mato Grosso do Sul. “Nós íamos para Aquidauana e ficávamos uma semana em uma outra cidade bem pequena, dormíamos na igreja e participávamos das missas com eles. No Centro Santa Marta nós também tínhamos atividades, íamos a orfanatos. Isso foi uma experiência muito importante na minha vida; essa simplicidade, a proximidade com a realidade do entorno…a gente não vivia aqui isolado numa bolha”, relata.

A ex-aluna entrou no CSM na 4ª série (atual 5º ano) por um motivo especial. “Eu era uma criança asmática – não podia com a poluição – e meus pais escolheram o Santa Maria por causa da mata. Eu costumo dizer que um terço da nossa vida são os nossos pais que nos dão, o outro terço é a escola que nos dá e o último a gente pega na vida. Eu sinto que o Santa Maria é parte integrante de tudo”, afirma Cecilia, bastante emocionada.

A advogada Pilar Serrano se lembrou da época em que elas estavam terminando o 3º colegial (Ensino Médio), preocupadas com o vestibular, e as Irmãs traziam sempre uma palavra de conforto. “Elas falavam que o Santa Maria é mais preocupado com a ‘formação’ do que com a ‘informação’ do indivíduo; então nosso grupo é muito parecido em termos de valores”.

A formação integral do indivíduo e o trabalho voluntário são, de fato, uma marca do CSM. Ouvindo relatos de estudantes de diferentes gerações, é perceptível o quanto essas experiências moldaram a vida deles.

Isabela Moleiro, 19 anos, que falou para a plateia junto com o irmão, Felipe Moleiro, foi uma das primeiras a chegar no evento. Sentada na primeira fila do auditório, disse se lembrar com muito carinho das viagens missionárias e da professora Mayra Lourenço, que coordena o trabalho voluntário no Ensino Médio. “Durante muito tempo eu fui para o Vale do Ribeira e Telêmaco Borba (PR)”, diz a ex-aluna, que está cursando Publicidade e terminando um curso de arte dramática. “Eu comecei a fazer balé com quatro anos, e toda essa parte artística, o circo, o teatro, o canto, eu guardo na memória e, com certeza, foram um incentivo para as minhas escolhas”, afirma Isabela.

Isabela e Felipe Moleiro (com microfone à mão)

Quando o evento terminou, o lado de fora do auditório estava repleto de “rodinhas” de pessoas matando a saudade e relembrando momentos que marcaram a vida de cada um.

Encontramos o professor Maurício Rodrigues, de Química, rodeado de ex-alunos. Era evidente o carinho deles com o professor. “Muito legal, é nostálgico”, disse Leonardo Calaucci, que terminou o Ensino Médio em 2014 e ia completar 27 anos, no dia seguinte ao encontro. “Eu era mais da Matemática e da Física, mas ia muito bem em Química, especialmente por causa do professor, que me fazia gostar da matéria”, diz ele, que se formou em Engenharia de Produção. “Eu entrei aqui no Santa no Jardim II, e as pessoas perguntam se eu tenho boas lembranças; o que eu respondo é que minha VIDA foi aqui!”

“O que vocês mais gostavam nas aulas do Maurício”, perguntei para o grupo. Resposta unânime: “da alegria dele”.

“Ele ajudava não só na matéria; ele dava conselhos de vida”, disse Beatriz Martins, que se formou em Artes Visuais.

“Eu passei no vestibular com uma boa nota de Química porque ele fazia a matéria ficar interessante!” Este é o Luiz Felipe Gostek, formado em Economia.

Todos os convidados também tiveram a oportunidade de continuar se confraternizando na quadra ao lado do ginásio, mesmo local onde acontece a Festa Junina. Havia barracas de quitutes e de peças confeccionadas no Centro Santa Marta.

Foi, verdadeiramente, uma experiência significativa e uma oportunidade para relembrar o passado, celebrar o presente e olhar com entusiasmo para o futuro. Que esta celebração continue a unir as gerações de ex-alunos e a fortalecer os laços formados nas salas de aula.

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