Estudo aprofundado sobre o tema na 2ª série do Ensino Médio ampliou o debate sobre os impactos ambientais na biodiversidade.
Autoria: Henrique Diniz Chinarelli – Professor de Biologia
A extinção das espécies é um processo natural que ocorre frequentemente com espécies extintas sendo substituídas por novas. Atualmente, a taxa de extinção de espécies no planeta é compatível com a das grandes extinções que já ocorreram, o que indica que estamos passando pela sexta extinção em massa.
Diferentemente das anteriores, os principais motivos desta extinção estão relacionados a atividades humanas, como o uso da terra, poluição e mudanças climáticas causadas pelo aumento da emissão de gases do efeito estufa.
Quando pensamos neste tema, somos inclinados a refletir em como essas extinções poderiam nos prejudicar. Porém, é interessante considerar que as espécies estão constantemente interagindo umas com as outras na natureza e a extinção de uma espécie pode acarretar desequilíbrios ambientais que resultam nas extinções de muitas outras.
Considerando a importância das interações ecológicas e os problemas ambientais trazidos pela extinção de espécies, os alunos da 2ª série do Ensino Médio, na unidade curricular de Biologia, foram orientados a realizar uma pesquisa sobre espécies nativas brasileiras em risco de extinção. Divididos grupos, eles elegeram uma espécie para trabalhar, e pesquisaram sobre as interações ecológicas que a envolvem.
Os estudantes tiveram liberdade total para escolher as espécies e, como resultado, houve uma grande variedade de temas trabalhados entre os grupos. As espécies escolhidas variaram entre as mais conhecidas, como a Arara azul (Anodorhynchus hyacinthinus) e o Tamanduá Bandeira (Myrmecophaga tridactyla), e espécies menos conhecidas, mas também com grande importância ecológica, como a Abelha Uruçu nordestina (Melipona scutellaris) e o Coral de Fogo (Millepora alcicornis).
Além de apresentar as interações, os estudantes pesquisaram a importância delas para a biodiversidade. Por exemplo: “predadores de topo”, como as onças pintadas, são extremamente importantes para a manutenção da biodiversidade por reduzirem as populações das presas e diminuírem a força da competição entre elas.
Com base nas pesquisas, os alunos montaram cartazes para apresentar os dados encontrados, com o objetivo de justificar e ressaltar a importância de esforços para a preservação das espécies apresentadas. Neste trabalho, foram incluídas também informações importantes para compreensão do assunto, como a distribuição geográfica e a alimentação das espécies escolhidas. Essas informações possibilitaram discussões sobre as principais ameaças que cada espécie sofre e as principais atividades humanas relacionadas a essas ameaças.
Para a montagem dos cartazes, os alunos foram instruídos a usarem textos concisos e organizar o cartaz de modo a facilitar a leitura das informações apresentadas. Os estudantes tiveram criatividade usando diferentes formas de organização das informações e de diagramação, incluindo imagens importantes para ilustrar os dados apresentados, como mapas da distribuição geográfica e imagens das espécies.
Os cartazes foram apresentados em sala de aula, com as turmas compartilhando os resultados das suas pesquisas e as diferentes maneiras encontradas para organizar as informações.
Esse tipo de atividade contribui para a construção de uma ideia de preservação e conservação da natureza que não é pautada pelos benefícios que a natureza oferece aos seres humanos. Saber identificar as principais interações ecológicas e os efeitos delas na manutenção da biodiversidade possibilita avaliar os impactos ambientais da extinção das espécies de maneira coerente. O desenvolvimento dessas ideias e conhecimentos possibilita que os estudantes opinem e participem ativamente de discussões que envolvam impactos ambientais na biodiversidade.