Linguagens

Como incentivar a prática do desenho para o desenvolvimento cognitivo das crianças

Este relato da professora Rita Lázaro mostra que a expectativa das crianças para desenhar na aula é um combustível para que ela estimule o exercício de outras habilidades

Autoria: Rita Lázaro – professora do 1º ano do Ensino Fundamental

“Posso desenhar? Tem folha? Olha o que eu desenhei! Veja o que aprendi a desenhar”…

Todos os dias sou recebida pelas crianças com um abraço carinhoso e, logo surgem as falas sobre o desenho. No início eram apenas alguns alunos, atualmente, a grande maioria da sala foi contagiada pelo ato de desenhar, atividade que consideram muito divertida, além de ser uma estratégia de comunicação que permite a expressão dos sentimentos, das ideias e vontades. Observando os interesses do grupo, não perdi a oportunidade de incentivar, valorizar estes momentos e garantir diariamente um tempo para a proposta.

Todos sabemos que a prática de desenhar colabora no desenvolvimento cognitivo das crianças, permitindo que muitas habilidades artísticas e motoras sejam trabalhadas. Quando potencializada, desenvolve as competências da imaginação, expressividade, criatividade e compreensão de mundo.

Enquanto desenham e pintam, aprendem a experimentar, a lidar com o erro, a criar, a fazer tentativas e a lidar com o mundo simbólico. Observam e percebem tudo o que está ao seu redor; gradativamente, vão formando memórias e ampliando repertórios.

Utilizando os acervos de memória, começam a construir uma narrativa, um registro pessoal, ampliando a função imaginativa sobre aquilo que estão contando, ou seja, é um momento de criação pessoal.

Enquanto desenham, conversam, trocam ideias, ensinam o que já sabem… Aprendem com o modelo do colega, ampliam o repertório visual, experimentam traços, linhas, pontos, movimentos circulares e incluem figuras geométricas.

Em tão pouco tempo, já é possível observar a mudança nos traços, os detalhes, a maior precisão de movimentos e particularidades de cada criança.

A prática também favoreceu a integração do grupo nos primeiros dias de acolhimento e adaptação, memórias afetivas foram construídas e amizades formadas. É comum observar crianças, ainda hoje, presenteando os amigos com seus desenhos!

“O desenho, uma língua tão antiga e tão permanente, atravessa a história, atravessa todas as fronteiras geográficas e temporais, escapando da polêmica entre o que é novo e o que é velho. É fonte original de criação e invenção de toda sorte, o desenho é exercício da inteligência humana” (DERDYK, 1988, p.32)

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