Educação em Pauta

Matemática, uma poderosa ferramenta para resolver problemas e desenvolver a cognição

Estudantes do 9º ano são estimulados a desenvolver habilidades e a ser atuantes na aprendizagem, o que incentiva o interesse e a participação deles

Autoria: Adriana Massucci Machado – professora do 9º ano do Ensino Fundamental

Não é de hoje que a Matemática traz inquietação e ao mesmo tempo admiração aos que buscam ler, interpretar e estudar esta ciência que é, no mínimo, muito desafiadora. Ainda mais se formos nos debruçar sobre um de seus pilares – a Álgebra.

À vista disso, em uma de nossas primeiras aulas de matemática com as turmas do 9º ano, foi proposta uma atividade capaz de provocar, em nossos alunos, a curiosidade por investigar algumas sequências com imagens, números e formas geométricas, de modo a despertá-los para o pensamento algébrico e a possibilidade de realizar abstrações e generalizações, que são o fundamento para a criação de um modelo matemático. Este processo visa produzir no estudante uma consciência de que a matemática é uma poderosa ferramenta para resolver problemas.

Nossos educandos precisam perceber que esta importante área do conhecimento é muito relevante para o desenvolvimento cognitivo, pois é cheia de curiosidades, surpresas e técnicas. Sim, isso mesmo! Técnicas que devem ser trabalhadas e desenvolvidas neste ambiente mágico que é a sala de aula.

Fazer com que o aluno perceba que é capaz de refletir, avaliar e resolver um problema, a partir de conhecimentos prévios, é um passo fundamental para que este seja motivado a valorizar e sempre estimular e desenvolver suas habilidades tornando-se atuante em seu processo de aprendizagem.

Agora, deixe-me dividir, leitor, um pouco desses momentos de construção do conhecimento: começamos nossa atividade discutindo o significado de generalizar uma situação e ficou claro que o objetivo desta tarefa consistia em obter uma expressão algébrica (de modo bem simplista – uma fórmula) capaz de representar uma situação, independentemente do valor atribuído à variável presente nesta expressão. Para isso, elencamos três passos que deveriam ser seguidos. São eles: reconhecer a regularidade (padrão) presente na situação; representar verbalmente, isto é, com o auxílio de nossa língua materna (língua portuguesa) uma regra geral que fosse capaz de definir esse padrão; escrever de forma simbólica a expressão algébrica que representasse a situação para um valor qualquer atribuído à variável presente nesta expressão.

Bom… agora pareceu difícil, não é mesmo? Mas você sabe do que estou falando. Talvez não com toda essa linguagem matematicamente rebuscada, mas, com certeza você já calculou a área de um retângulo. E, para isso valeu-se do produto da medida da base deste retângulo pela medida de sua altura; e fez estes cálculos para vários retângulos de tamanhos diferentes. Isto quer dizer que, independentemente do valor atribuído à base e altura de determinado retângulo, você pode obter o valor de sua área através da mesma expressão matemática. Eis aqui uma generalização com a qual você já se deparou inúmeras vezes. Viu como é simples?

Mas, devo pontuar que para nossos jovens do 9º ano não foi uma tarefa tão simples assim. Foram propostas situações novas. Começamos por explorar uma sequência mais simples, onde reconhecer a regularidade fosse mais perceptível. Tudo foi didaticamente calculado para trazer ao aluno a segurança de que precisava a fim de sentir-se capaz e motivado para realizar a primeira tarefa e seguir em frente. Afinal, após algumas conjecturas e resgate de conceitos, ele obteve a expressão matemática que representava aquela situação. Ele foi capaz de generalizar, valer-se da abstração. E devo dizer que, observar suas expressões de satisfação por serem capazes de realizar tal feito, bem como o empenho demonstrado nas discussões, foi minha maior alegria!

E não paramos por aí. A sequência de atividades foi se tornando mais desafiadora e, pensar algebricamente cada uma das situações, exigia um exercício mental mais elaborado. A noção de função, tão importante e presente no nosso dia a dia, surgiu naturalmente no desenvolvimento das atividades e pôde ser percebido, discutido e por que não dizer, apropriado por este aluno.

O mundo ao nosso redor é cheio de padrões, relações e funções. Utilizar símbolos algébricos para representar estruturas matemáticas é algo que devemos explorar em sala de aula. Nossos alunos precisam ter a possibilidade de investigar padrões, quer sejam de sucessões numéricas ou representações geométricas, para ter a oportunidade de forjar a ideia de que a Álgebra é uma poderosa linguagem para expressar generalidades.

Pensando nisso, leitor: você já observou algum padrão no dia de hoje? Não?

Então, não perca tempo. Explore tudo que está ao seu redor e divirta-se com a mais incrível das ciências, a Matemática e seus belos padrões.

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