Metodologias Ativas

Alunos da 1ª série do Ensino Médio testam os efeitos do tabagismo utilizando um pêssego

O experimento foi realizado nas aulas do itinerário de Ciências da Natureza.

Autoria: Leandro Márcio Pereira – Professor de Biologia

É fato que o cigarro é um vilão de alto custo, responsável por mortes, doenças e diversos prejuízos sociais. As principais vítimas do consumo de tabaco são os próprios usuários e seus familiares (com doenças direta ou indiretamente ligadas ao fumo), a sociedade, por conta dos gastos bilionários em tratamento, reabilitação e prevenção, e o meio ambiente, com o descarte inapropriado de bitucas, a degradação ambiental, a poluição de rios, entre outros fatores.

Apesar dos prejuízos que o cigarro provoca serem notórios e de conhecimento de todos, há muitas dificuldades em provar os efeitos nocivos do tabagismo em laboratório, principalmente em ambiente escolar. Deste modo, o que os jovens sabem dos malefícios do cigarro se restringe apenas à teoria (livros, documentários, jornais) e não à realidade do dia a dia. Para tanto, alunos da 1ª série do Novo Ensino Médio, do curso Projeto Vida de Adolescente – itinerário de Ciências da Natureza, desenvolveram um projeto que permite avaliar o real prejuízo do cigarro em organismos vivos. O objetivo do trabalho foi desenvolver um sistema que captasse toda a fumaça produzida por um cigarro e deixar em contato direto com um produto natural. Os estudantes produziram um circuito que simula um fumante, e utilizaram um organismo “vivo-alvo” (fruta) dentro de um recipiente fechado.

Figura 1) Montagem do sistema fechado – A fumaça do cigarro é direcionada para o recipiente através de uma pipeta, transferindo a fumaça diretamente em um pêssego fatiado – Como “grupo-controle” (o que não recebeu os reagentes químicos do cigarro) foi utilizado o mesmo frasco com as frutas armazenadas a vácuo.

Figura 2) Análise do sistema por 7 dias – As duas amostras foram analisadas por sete dias consecutivos (três cigarros por dia, exceto no último dia, onde foram utilizados dois cigarros, completando um maço inteiro – 20 unidades). A amostra-controle foi mantida a vácuo e analisada todos os dias, simultaneamente, com a amostra do cigarro.

Figura 3) Resultado do pêssego em sete dias de experimentação – Após a introdução de 20 cigarros, alguns parâmetros foram analisados em relação ao grupo-controle, entre eles: coloração, odor, deterioração, desidratação, textura e resíduos externos na amostra.

Os resultados não poderiam ser diferentes: os efeitos do cigarro nas frutas submetidas às fumaças inaladas foram claros. Em todos os parâmetros avaliados, as amostras com cigarro apresentaram perdas em comparação ao controle, mostrando o potencial que apenas um maço de cigarro tem no organismo. Cabe lembrar que o experimento foi realizado com uma quantidade equivalente a 20 cigarros, ou seja, a média de cigarros consumidas por fumantes ativos em 1,5 dia, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

Apesar de recente, esse experimento é um ótimo passo para avaliar os efeitos dos cigarros eletrônicos nos organismos vivos, uma vez que o consumo desse dispositivo tem aumentado entre o público adolescente.

NOTA: Todo experimento foi realizado com Equipamentos de Proteção Individual (EPI), capela de fluxo laminar e com supervisão de laboratório, garantindo nenhum contato dos estudantes com fumaça ou derivados do cigarro.

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