Reflexões sobre o processo da escrita como ferramenta essencial para a troca de informações e transformação do mundo; elaborado por uma dupla de professoras, este texto traz um olhar cuidadoso no trabalho que elas realizam com as crianças do 4º ano sobre produção textual
Autoria: Renata Ferrari e Sandra Evangelista – Professoras do 4º ano
O que é escrever para você?
Seria utilizar sinais para exprimir as ideias? Registrar marcas em um suporte? Ou seria uma forma de trazer à realidade um pensamento?
Escrever….Que tarefa complexa e instigante! Afinal de contas, as letras impressas em um papel, tela e afins, são a manifestação do pensamento de alguém que outro alguém terá acesso e poderá concordar, discordar, propor ou trazer um olhar que complemente, amplie, reinvente! Assim, escrever é um caminho sem fim e sem volta, porque uma vez uma ideia liberada, muitas outras virão… é como um exercício da palavra, impresso no presente, mas com a possibilidade de alguma transformação logo adiante.
Nesses momentos de produção autoral, muitas perguntas começam a “pipocar” na cabecinha dos mais novos “autores” do 4º ano. As interrogações a seguir comprovam o desejo sincero entre o querer e o tentar, mesmo se difícil for:
“Como eu posso começar? ”, “ Qual ideia eu devo escolher? ”, “Devo escrever sendo autor ou personagem? ”, “Era uma vez… combina? ”, “Como se escreve essa palavra, é com ´s` ou com `z´ ?”, “Está bom até agora? ”… “Minhas ideias acabaram.”, Como posso continuar?”, “Aqui começa um novo parágrafo?”, “Será que consigo dizer tudo em uma página?” … “Acho que em uma folha não vai dar!”
E é nesse contexto que o 4º ano traz o trabalho com a construção de texto para os estudantes. Escrever é um ato comunicativo importante e essencial para a manutenção do “trânsito das descobertas” que podem transformar a si, o outro e o mundo. A escrita não se esvazia no ato da correção da professora, tampouco servirá para ser armazenada numa pasta.
E, assim, o texto vai sendo pensado, escrito, lapidado: é a ortografia, o recuo do parágrafo, o uso da linha até o fim (como se separam sílabas quando ela acaba?); é tema, contexto, descrição, ação que emociona; é concluir sem perder de vista de que forma tudo começou… UFA! É complexo, sim, porém na mais pura ideia de interligar e tecer circunstâncias, atos e situações… COMPLEXO, MAS NÃO IMPOSSÍVEL!
Muitos “alguéns” devem e podem ler o que escrevemos e é preciso ouvir os palpites que os leitores trazem para aperfeiçoar a escrita. Nessa etapa do processo, o primeiro a ler foi a dupla colaborativa e, logo em seguida, o texto viajará para outro alguém mais experiente que terá uma missão daquelas – PALPITAR A ESCRITA! E os autores? – CORRIGIR AS INDICAÇÕES.
Querem saber como essa história terminou? Aguarde o próximo capítulo, pois escrever é isso… sempre tem mais e tudo ainda está acontecendo!
Um SPOILER: “Vamos resenhar…” Onde isso irá parar?