Tradição no Santa Maria, o incentivo à leitura começa antes da alfabetização com projetos que envolvem as crianças e as famílias; os resultados são incríveis!

Autoria: Elizabeth Barcella e Danielle Souza – Biblioteca Pe. Moreau

“O desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora” (Richard Bamberger).

As Aulas de Biblioteca no Santa Maria fazem parte da grade curricular da Educação Infantil até o Ensino Fundamental I, e são preparadas para incentivar e fortalecer o projeto pedagógico da escola. O objetivo deste trabalho é inserir as crianças no mundo da literatura através das contações de histórias e empréstimos de livros.

Na Biblioteca Santo André Bessette  – turmas do Infantil ao 1º ano do Ensino Fundamental –   foram criados projetos literários que proporcionam a interação escola-aluno-família, e têm o objetivo de estimular a imaginação, a criatividade, a fantasia e o hábito da leitura, possibilitando o diálogo, a troca, a interação e a união familiar.

Os projetos se iniciam nos primeiros anos da Educação Infantil e vão se desenvolvendo até a fase da alfabetização, no 1º ano do Fundamental. De um modo geral, o primeiro contato das crianças com os livros acontece em casa com a família. Essas experiências contribuem para o fortalecimento de vínculos afetivos e para o desenvolvimento das competências socioemocionais, uma vez que, por meio da leitura, as crianças começam a entender seus sentimentos e como lidar com eles.

Desenvolvendo o interesse pelos livros, por meio de três projetos

Para as turmas do Infantil e Jardim I (2 e 3 anos), o Projeto Retalho de histórias propõe que, a cada semana, uma criança leve para casa a “mascote da Biblioteca” para apresentá-la ao livro favorito da criança, juntamente com a família.

No caderno de registro, a família é convidada a contar por que a criança gosta tanto desse livro, qual a conexão com essa leitura, e se existe alguma história afetiva por trás dele. A família poderá enviar o livro para ser lido na escola e o registro será compartilhado com a turma. Ao final do ano, os registros das crianças formarão uma grande colcha de retalhos de histórias, fortalecendo a relação entre as crianças, famílias, escola e leitura.

Quando chegam ao Jardim II e Pré (4 e 5 anos), as crianças conhecem o Projeto Bibliochila, que é desenvolvido há muitos anos na Biblioteca do Santa Maria, e faz sucesso entre as crianças e famílias! O projeto propõe que as turmas participem de uma experiência de contação de história em família. Para isso, a criança leva para casa uma mochila com um livro para a contação, fantasia, fantoche, bichinho de pelúcia e objetos diversos que poderão compor a brincadeira

Junto com todos esses objetos, é enviado também um “Bibliodiário”, onde a família poderá registrar com textos e fotos os momentos em que a Bibliochila esteve com eles, o que foi lido, as brincadeiras e contações de histórias que eles fizeram.

Depois, na apresentação em sala, o registro será lido e a criança poderá responder perguntas feitas pelos colegas sobre como foi a visita da Bibliochila em sua casa.

Esta experiência de poder compartilhar esse momento de contação de história com a família, como acontece em sala de aula, torna-se prazeroso para as crianças, estreita os laços afetivos e incentiva ainda mais a leitura.

 

Já na fase de alfabetização e letramento, para as turmas do 1º ano do Fundamental, foi desenvolvido o Projeto Eu Conto. Durante esse processo, a literatura infantil tem função educativa, formativa, recreativa e pedagógica, e deve ser trabalhada de forma lúdica e criativa, auxiliando na compreensão de símbolos e linguagens. Nesse sentido, quando a escola e a família decidem colaborar e atuar juntas, certamente esse processo de ensino-aprendizagem será significativo e prazeroso para todos os membros da comunidade escolar.

Buscando o desenvolvimento dessa estratégia e interação, no Projeto Eu Conto as crianças e famílias são incentivadas a escreverem uma história juntos, ou seja, não será lida ou contada uma história já existente; eles serão autores de sua própria história.

A criança leva para casa uma bolsa personalizada contendo uma caixa de contos ou baralho de imagens, que podem ajudar a compor e criar a história; um bichinho de pelúcia ou fantoche, e um caderno personalizado (Biblioconto) para registro e ilustração da história criada em parceria com a família (a história deve ser escrita no caderno pela própria criança).

Ao final de cada semestre, são sorteadas algumas dessas histórias, adaptadas para o teatro, e encenadas pelos alunos e pela equipe da Biblioteca.

 

A leitura compartilhada e a criação de uma história em família estreitam os laços afetivos da criança com o “objeto-livro” e estimulam a imaginação e a criatividade. Este “exercício” vai proporcionar uma parceria das famílias com a escola, no sentido de ajudar seu filho/sua filha a construir o conhecimento de forma lúdica, divertida e descontraída, além de despertar e desenvolver o gosto pela leitura e pela escrita.