Alunos do 5º ano foram instigados a refletir sobre literatura sob o viés da inovação deflagrada pelo movimento modernista de 1922. Vale a pena ver o resultado!
Autoria: Luciane Menezes, professora do 5º ano do Ensino Fundamental do Colégio Santa Maria
A Semana de Arte Moderna se realizou de 13 a 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Vários artistas – escritores, músicos, pintores e artistas plásticos – com ideias e propostas novas se reuniram para expor e apresentar seus trabalhos. Eles tinham como principal objetivo romper com o antigo, o tradicional que os incomodava, e buscaram, assim, uma nova forma de expressão, utilizando recursos como cores vivas, configurações não clássicas, cubos e cenas cuja espacialidade não eram uma representação da realidade.
Seguindo o raciocínio de ideias novas, a turma do 5º ano G do Colégio Santa Maria propôs uma leitura diferenciada do livro “O Mário que não é de Andrade”, por meio de olhares que buscassem identificações com as personagens e com as referências do movimento modernista.
De forma livre, as pinturas apresentadas mostram, sem muitas regras, (assim como aprenderam com Mário – o de Andrade) aquilo que ficou de mais significativo para cada aluno durante todo o processo de leitura, interpretação e inferências.
O objetivo principal do trabalho realizado foi apresentar uma releitura das técnicas de alguns dos principais artistas modernistas brasileiros, respeitando suas formas de expressão ao recriarem as cenas de que mais gostaram nessa história encantadora.
Foi possível perceber, nas obras dos alunos, características como formas geométricas, intensidade de cores vibrantes, formas sinuosas (tendo como referência Tarsila do Amaral), temas tipicamente brasileiros (como Anita Mafaltti e Di Cavalcanti), cubismos, caricaturas (como Inácio Ferreira da Costa), marcas sentimentais de pessoas comuns (como fazia Oswaldo Goeldi) e o expressionismo marcante de Ismael Nery.
Sabemos que qualquer que seja a forma como a criança se sinta confortável em expressar seu talento artístico, ela tem papel fundamental em seu desenvolvimento intelectual. E isso acontece porque essa expressão reflete sua imaginação, sua forma de visualizar o mundo e sua forma de registrá-lo para além do óbvio.
“Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta”. Nesses versos, Mário de Andrade tentava definir a si mesmo. Artista múltiplo e genial, ele nos ensinou a olhar de outra maneira para nossa cultura.