Além dos Muros da Escola

Um dia de vivência no espaço rural da maior metrópole do país

Estudantes do 7º ano visitam o polo de produção agrícola Parelheiros-Marsilac e se encantam com as novas descobertas no espaço rural da cidade.

Autoria: Luciano Marinho, Caroline Mieko, Maria Carolina Biscaia e Lucas Marchezin – Professores do 7o ano

O Estudo do Meio pode ser definido como uma metodologia de ensino interdisciplinar que busca proporcionar aos nossos estudantes o contato direto com determinada realidade, um meio qualquer, rural ou urbano, que se decida estudar. No 7º ano do Ensino Fundamental II a realidade escolhida para este contato direto foi o espaço rural da cidade de São Paulo. Localizado no extremo sul da capital, os bairros de Parelheiros e Marsilac fazem parte de uma região com riquíssimo significado histórico e que abriga centenas de produtores rurais que conseguem sobreviver da terra na maior metrópole do país.

Nossos estudantes vivenciaram uma verdadeira imersão ao universo agrícola, desde as formas tradicionais de produção agrícola Guarani até as atuais formas de cultivo orgânico, praticada pelos agricultores locais.

Nossa visita começou pela aldeia indígena Krukutu que pertence à Terra Indigena Tenondé Porã; lá os estudantes puderam observar as tradicionais roças indígenas e mergulhar na cultura Guarani, conhecer um pouco mais sobre suas tradições e comprar artesanatos feitos pelos indígenas locais. As turmas também tiveram a oportunidade de entrevistar os guaranis e descobrirem um pouco mais sobre seus costumes e tradições. “Foi muito diferente da nossa realidade. A gente percebeu que o tempo deles (indígenas) não é baseado na tecnologia, eles vivem de forma bem diferente. Eu achei legal que na aldeia tem tudo, tem SUS, tem escola, casa de reza. Achei legal saber que o pajé é quem escolhe o nome dos bebês em Guarani”, comentou a aluna Antonela Pilchowski.

Uma das características das crianças da aldeia marcou muito nossos jovens. “Na viagem, eu consegui perceber o quão grande é o nosso país. Eu nem sabia que existia uma aldeia indígena em Parelheiros e nem que lá tinha muitos indígenas. Foi uma experiência fascinante. Eu me apeguei muito às crianças, elas são muito carinhosas, afetivas. Você fala ‘oi’ e elas já te abraçam. Isso foi uma coisa muito especial.”, comentou Manuela Melo.

Na sequência, fizemos uma pausa para o almoço que contou com um cardápio especial, incluindo salada com produtos orgânicos da região. Para finalizar nossa visita, fomos ao Sítio Agroecológico Nossa Vida, que está localizado em uma área de preservação ambiental (Mata Atlântica); o produtor Albert nos explicou as técnicas de produção de orgânicos, convidando os estudantes a conhecerem suas diferentes etapas, desde a preparação do solo e o sistema de compostagem, plantio e escolha da semente, passando pelo sistema de irrigação, colheita e a comercialização. Os estudantes conheceram a produção de ovos orgânicos “Galinha Feliz” e tiveram a oportunidade de interagir com os animais e com o espaço de criação.

No sítio vimos que as coisas demoram para serem plantadas e colhidas. Não podíamos pisar nas mudinhas e as galinhas eram cuidadas de maneira muito atenta.”, apontou o aluno Luca Visciano Benetero. Enfim, um dia rico em experiências que reuniram atividades com o intuito de promover a compreensão da realidade sócio-ambiental dos nossos estudantes, através de estratégias de campo que objetivam observar, analisar, compreender, intervir e conhecer o meio ao nosso redor.

“Foi uma saída de muito aprendizado. Pudemos descobrir muitas coisas de São Paulo, como a origem do nome Interlagos, por exemplo. O indígena falou da ‘cultura do verde’ e que lá na aldeia era tudo preservado. Lá é tudo bem tranquilo. Dá para ouvir o som do rio, o canto das aves. Tudo parece muito vivo e na cidade as coisas são cinzas, parecem meio mortas.” Guilherme Henrique Sampaio Pestana

“Nossa saída foi bem animada, com um clima bem legal, atrativo, convidativo, bem aberto para novas amizades. Na caminhada conhecemos mais sobre a história do lugar, a cultura deles. Conseguimos ver que hoje em dia, muita gente só sabe brincar com o celular, e lá vimos que há muitos outros tipos de brincadeiras. Eles nem ligavam para como estavam vestidos, brincavam muito, corriam e pulavam. Na hora das apresentações, a gente conseguiu conhecer bastante sobre a cultura deles, o modo de vida e depois atiramos de arco de flecha e vimos uma forma de defesa. Na hora das entrevistas, descobrimos as raízes, o modo de ensino.” Pedro Moreno Brasil

Você também pode se interessar