Linguagens

Uso de desenhos animados para estudos dos seres vivos

Personagens da série Pokémon são usados em atividade para compreender sistemática filogenética nas aulas do Ensino Médio.

Autoria: Leandro Pereira, professor de Biologia do Ensino Médio do Colégio Santa Maria.

Identificar parentesco entre seres vivos é uma das áreas mais fascinantes da ciência. Materiais fotográficos, vídeos e passeios culturais, entre outras atividades práticas, são ferramentas valiosas para encontrar um grau de parentesco entre dois ou mais seres diferentes. É inevitável, por exemplo, não ver algum grau de semelhança entre um gato doméstico e uma onça pintada, ou em cachorros e lobos. Sim, são próximos e possuem características que levam a isso: pelos, número de patas, comportamento, entre outras semelhanças.

A sistemática filogenética é a área da ciência responsável pelo estudo da origem em comum entre os seres vivos. Seu alvo é estabelecer algum tipo de relação, seja física (morfológica), genética ou evolutiva. A ferramenta mais usada da sistemática é a produção de árvores filogenéticas ou cladogramas, cujo objetivo é detectar alguma característica comum aos grupos estudados.

Exemplo de um cladograma mostrando grau de parentesco entre cães e lobos. As características como glândulas mamárias e pelos são encontradas tanto nos cães como nos lobos, mas não em aves.

Atividade com desenho animado

Com o objetivo de transformar aulas mais ativas e dinâmicas, alunos da 1ª série do Novo Ensino Médio do Colégio Santa Maria desenvolveram uma atividade fazendo uso do desenho animado Pokémon. O objetivo foi comparar alguns personagens da série japonesa, analisar características semelhantes e desenvolver um possível cladograma. Para tanto, selecionamos seis personagens e comparamos algumas estruturas: a presença de três cabeças, asas, braços, pescoço, olhos e penas.

Primeiramente, os alunos analisaram quais características são semelhantes ou distintas entre um ou mais personagens, estabelecendo graus de parentesco e ancestralidade entre eles. Por exemplo, todos possuem olhos, sugerindo uma ancestralidade comum em todos os seres estudados. Todavia, braços são encontrados apenas em dois seres (dragonite e charizard), indicando um nível de parentesco entre ambos. A segunda etapa foi o desenvolvimento de um possível cladograma que explique a presença das estruturas ao longo do processo evolutivo. A produção de cladogramas estabelece parentescos, estruturas em comum e uma visão comparativa entre os seres.

Exemplo de cladograma desenvolvido por alunos. A característica braços é indicada apenas nos seres que compartilham essa estrutura. Entretanto, a estrutura olho é comum a todos.

A construção do trabalho foi um sucesso. Além da aplicação comparativa entre seres vivos de forma bem dinâmica e diversificada, os alunos propuseram avançar a atividade em outras franquias de desenhos animados. A proposta final é compreender a sistemática e a filogevnia de forma lúdica e a aplicação na comparação real dos seres vivos.

Essa atividade foi inspirada na atividade publicada por Luís Carlos Saito, Instituto de Biociências, USP, na revista SBEnBio, número 7 – outubro de 2014.

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Tags: 1ª série, 2ª série, 3ª série, sistemática filogenética

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