Aqui no Portal Caleidoscópio, costumamos trazer para os nossos leitores o quanto as experiências lúdicas são importantes para a aprendizagem na primeira infância, por isso, neste mês de férias, aproveite para brincar com seus filhos da maneira mais criativa possível e desfrute de muitos benefícios!
Autoria: Elizabeth Nishiyama Muniz – Professora do Jardim II
Como especialistas da infância, as professoras da Educação Infantil do Colégio Santa Maria consideram o ato de brincar como fundamental e inegociável, assim como comer, beber ou dormir. Faz parte da inteireza da criança, como forma de conhecer e explorar o mundo!
Por meio das experiências lúdicas, as crianças lançam mão da investigação, criam, relançam hipóteses, organizam o pensamento, estabelecem relações lógicas, desenvolvem a imaginação, o raciocínio, a criatividade, além das expressões oral e corporal. Elas exploram os sentidos e “descobrem o mundo”.
A brincadeira contribui para o desenvolvimento das dimensões socioemocional, afetiva, motora e cognitiva. A criança aprende a se socializar, a estar com seus pares, a respeitar ideias diferentes, construindo relações e vínculos, sentimento de pertencimento e coletividade.
Por meio das brincadeiras, meninas e meninos aprendem a resolver conflitos, a lidar com a espera, a tomar decisões e, gradativamente, começam a perceber que têm direitos e deveres, respeitando a si, ao outro e o espaço escolar, a nossa “casa comum”.
As experiências lúdicas vivenciadas pelas crianças constroem habilidades para a vida delas, como a resolução de problemas e o pensamento crítico.
Veja o que diz a Base Nacional Comum Curricular:
“A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções”. (BNCC, 2018).
Dessa forma, a falta das experiências lúdicas interfere diretamente na aprendizagem das crianças, pois afeta os aspectos motor, cognitivo, físico e emocional. É importante dizer que o brincar demanda tempo, intencionalidade (objetivo) e espaços naturais que vão além do contexto da sala de aula. Sendo assim, o professor deve observar e registrar esses momentos para relançar experiências a fim de dar continuidade aos processos construídos pelas crianças.
Antes de ler e escrever, a criança precisa vivenciar situações para “ler” o mundo. Ao brincar de faz de conta, ela representa papeis, escala, sobe, desce, salta, dança, participa de cirandas de roda, brinca com lama, com argila…Contribuições para toda a vida!
De acordo com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), as condições para que as crianças aprendam e desempenhem um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios, são assegurados por seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.
Neste caso, o professor deve garantir esses direitos de aprendizagem diariamente, com uma “intenção”, observação e escuta atentas de gestos, narrativas e silêncios, respeitando tempo, ritmo, individualidade, pois brincar é um direito assegurado por lei.