Veja de que forma são desenvolvidas as habilidades matemáticas com as turmas do Pré.
Autoria: Gisele Coli Nahime – Professora do Pré
Os desafios do “Racha Cuca” – como chamamos afetivamente essas intervenções matemáticas – são propostas lúdicas e prazerosas para que as crianças percebam a Matemática como um campo de experiência: “tempos, espaços, quantidades, relações e transformações” (uma das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular) apresentando de maneira divertida, reflexiva, sensível e, principalmente, intencional e com expectativas próprias da faixa etária.
Desafios lógicos que ultrapassam a ideia de registros gráficos levam as crianças a resolverem “problemas numéricos” e “não numéricos”, situações nas quais elas precisam fazer uso de habilidades como: estimar, agrupar, compor, decompor, classificar, estimar, contar, observar, questionar, comparar, generalizar, projetar, prever e abstrair, envolvendo noções de quantidade, contagem, volume, massa, figuras geométricas, entre outras.
Quantas canetinhas vocês acham que tem no pote?
Quantos copos de água cabem nesta garrafa?
Para que as habilidades sejam desenvolvidas e, principalmente, que as crianças se sintam competentes e capazes, oferecemos estes desafios semanalmente, com o objetivo de favorecer e desenvolver a reflexão e escuta para que elas consigam buscar estratégias, validar ou refutar suas hipóteses, confrontando com as hipóteses de seus colegas; ao contar objetos e estabelecer comparações entre eles, meninos e meninas criam explicações e registros numéricos.
Concordamos com Constance Kamii, quando em seu livro, “A criança e o número”, diz: “O foco do professor deve estar localizado no pensamento que se desenvolve na cabeça da criança, quando ela tenta conseguir, por exemplo, um número de xícaras suficiente para todos, ou dois gomos de laranja para cada um em sua mesa… A inteligência desenvolve-se pelo uso”.
Assim, procuramos sempre buscar estratégias que possibilitem e estimulem o pensamento nas crianças, e não simplesmente fazer com que os pequenos decorem alguma teoria ou fórmula mágica para resolução de questões; procuramos possibilitar a descoberta de soluções diferentes para cada problema apresentado.
Procure uma estratégia para passar pelas cadeiras. Não pode repetir a do amigo.
Quero dividir essas flores em três vasos de modo que cada uma tenha a mesma quantidade.
Ao participar desses desafios, zelamos para que as crianças desenvolvam a observação, a atenção e o levantamento de hipóteses para as possibilidades de resoluções e estratégias de pensamento lógico.
Assim, nas próprias experiências entre os pares, na exploração e observação da natureza, comparam, potencializam suas capacidades para compreensão e explicação dos fatos e conceitos da Matemáticos, enfrentando desafios, buscando soluções-problemas e criando estratégias.
“Uma criança que pensa ativamente, à sua maneira, incluindo quantidades, inevitavelmente constrói o número. A tarefa do professor é a de encorajar o pensamento espontâneo da criança.” Constance Kamii.
Saiba Mais!
Constance Kazuko Kamii é uma psicóloga nipo-americana. Filha de pai japonês e mãe estadunidense, viveu no Japão até os 18 anos, transferindo-se depois para os Estados Unidos, onde em 1955 bacharelou-se em Sociologia. Mestre em Educação e doutora em Educação e Psicologia, pela Universidade de Michigan (EUA).