Educação em Pauta, Linguagens

Ansiedade na Hora da Alfabetização

Ansiedade na Hora da Alfabetização

Alfabetizar é uma jornada única: respeitar o tempo de cada criança é essencial para fortalecer autoestima e aprendizagem.

Autoria: Gisele Coli Nahime – Professora do 1º ano do Colégio Santa Maria.

A alfabetização é um processo complexo e único para cada criança. Quando ela atinge os 6 ou 7 anos e ainda não lê ou não escreve como o esperado, é comum que os pais fiquem preocupados, ansiosos e até frustrados. Mas é importante lembrar: aprender a ler e a escrever, assim como outras habilidades — andar de bicicleta, nadar, recortar, desenhar — é algo que se ensina, mas não se desenvolve no mesmo tempo nem no mesmo ritmo para todos.

Durante o período da alfabetização, as crianças são constantemente estimuladas. A cada etapa, vamos aprimorando suas habilidades, permitindo que construam a relação entre os sons da fala e as letras, reconheçam palavras, formem frases e, ao mesmo tempo, desenvolvam o gosto pela leitura e escrita.

Ansiedade na Hora da Alfabetização

Ansiedade na Hora da Alfabetização

Ansiedade na Hora da Alfabetização

Nós, educadoras da Infância do Colégio Santa Maria, estamos comprometidas em apoiar o crescimento das crianças e fortalecer a autoestima, autoconfiança, autorregulação e autonomia. Realizamos um trabalho individualizado, observando as necessidades de cada uma, propondo estações de aprendizagem de acordo com as hipóteses de escrita e conversando com os responsáveis, orientando sobre dicas de brincadeiras e jogos em casa; dando feedback e celebrando sucessos com as crianças e suas famílias. Além de ouvir o retorno das crianças para envolvê-las criticamente em seu aprendizado, realizamos diferenciações pedagógicas.

Projeto Fortalecendo as Aprendizagens

Sabendo que cada criança tem seu próprio tempo de desenvolvimento, fatores como maturidade neurológica, experiências anteriores, ambiente familiar e questões emocionais influenciam diretamente nesse processo. Uma dificuldade inicial não é necessariamente um sinal de transtorno ou problema permanente. Muitas vezes, a criança precisa apenas de mais tempo ou de um olhar mais individualizado. No entanto, alguns sinais merecem atenção:

– Dificuldade persistente em reconhecer letras e sons;

– Resistência ou desinteresse extremos por atividades de leitura e escrita;

– Dificuldade de concentração, memória ou linguagem oral.

Quando percebemos que estão enfrentando algumas dessas questões, mesmo diante das propostas e estratégias mencionadas, sugerimos ações que podem ser realizadas em casa:

–  Ler para a criança diariamente;

–  Escrever bilhetes simples juntos, como lista de compras ou recadinhos;

–  Brincar com letras, rimas e jogos de palavras.

– Valorizar cada pequena conquista, isto é, uma letra reconhecida ou uma palavra escrita com esforço.

Após um longo trabalho de parceria, investimento, atenção e escuta, se as dificuldades persistirem mesmo com o apoio da escola e a estimulação em casa, as professoras orientam as famílias a buscarem avaliação com profissionais como psicopedagogos, fonoaudiólogos ou neuropsicólogos. Quanto mais cedo as dificuldades forem compreendidas, mais eficaz será o suporte.

E mesmo com as crianças que já estão lendo e escrevendo, buscamos constantemente incentivá-las e apresentar desafios que se alinhem às suas hipóteses. Levamos em consideração a subjetividade e a singularidade de cada uma, sempre trazendo propostas que estimulem o desenvolvimento na fase em que cada criança se encontra.

Respeitar o ritmo e as necessidades de cada aluno é essencial. Contudo, devemos sempre observar, acompanhar e oferecer apoio afetivo, além de estímulos adequados. Isso garante uma parceria efetiva entre a escola e a família, assegurando que as crianças sejam constantemente acompanhadas, valorizadas e incentivadas a se desenvolverem cada vez mais.

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