Metodologias Ativas

Detetives em ação: a literatura como ferramenta para o desenvolvimento de habilidades complexas

Leitura das aventuras do detetive Sherlock Holmes é ponto de partida para um trabalho interdisciplinar com conteúdos essenciais e muita colaboração entre os estudantes do 8º ano.

Autoria: Equipe Pedagógica do 8º ano – Ensino Fundamental Anos Finais

Certamente, quando Arthur Conan Doyle lançou suas primeiras aventuras com o detetive Sherlock Holmes e seu fiel companheiro, o doutor Watson, no final do século XIX, não imaginava que ali tinha acabado de criar uma das personagens mais queridas da literatura mundial de todos os tempos. Além disso, não planejaria o que estava por vir: Sherlock Holmes já apareceu em mais de 200 produções audiovisuais desde que foi criado e já foi interpretado por mais de 80 atores, o que lhe rendeu uma condecoração no GUINNESS BOOK como personagem mais explorada no cinema.

O feito do autor não para por aí: Holmes passou a ser uma referência dentro e fora das artes ao se tratar de enigmas, investigação e construção de raciocínio lógico, isso porque as diferentes aventuras escritas pelo autor mostram alguém com características muito peculiares e desejadas por todos, não apenas na ficção. O detetive tem uma enorme capacidade de concentração, memória fotográfica e age por meio do processo de eliminação, ao tratar de um crime, o que contribui na resolução de problemas muito complexos.

Diante de tal capacidade e da necessidade de um trabalho pedagógico voltado para a realidade e na busca pelo engajamento dos estudantes, nasceu o Projeto Detetives em Ação, que como o próprio nome sugere, propõe que os alunos se apropriem das características do detetive e as desenvolvam neles mesmos.

Para isso, o projeto começou com a leitura da obra “Um estudo em vermelho”, que traz o início das aventuras envolvendo Holmes e Watson. É nela que ambos se conhecem, decidem morar juntos por necessidades financeiras, e Watson descobre quem é e como atua o detetive mais famoso do mundo. Após viverem algum tempo mais próximos, por conta da divisão das despesas, ele se impressiona com as capacidades de Holmes e decide acompanhá-lo na investigação de um crime.

Interdisciplinaridade

 Em Língua Inglesa, os alunos tiveram a oportunidade de acompanhar Holmes e Watson na difícil missão de desvendar o mistério em torno da morte do Sir. Charles Baskerville e a famosa lenda de um cão amaldiçoado, em “The Hound of the Baskerville”. Além da prática do idioma e suas estruturas, os estudantes puderam ter contato com a obra, mesmo que adaptada, de um importante autor da literatura inglesa.

Após lerem e analisarem as leituras propostas nas aulas de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, os estudantes tiveram a missão de colocar em prática tudo o que aprenderam sobre a arte da dedução, ensinada pelo detetive e exploradas nas aulas.

Para começar, eles foram divididos em grupos nas suas respectivas salas e tiveram como missão a construção de enigmas após conhecerem um pouco mais da região da Ilha do Bororé, região da zona sul de São Paulo, que posteriormente seria visitada por todos no Estudo do Meio que fazemos aqui no Santa Maria. A proposta inicial foi a construção de protótipos de um jogo de detetive no qual eles evidenciassem:

  • A Ilha do Bororé como ambiente de investigação;
  • A colaboratividade como recurso e ferramenta para a resolução dos enigmas;
  • O raciocínio lógico necessário para desvendar enigmas;
  • A experiência e conhecimento apreendidos com a leitura das obras e ao longo das aulas;
  • Aprimoramento de habilidades complexas como: criar, avaliar, inferir, analisar, aplicar, compreender e lembrar.

A etapa seguinte às construções dos protótipos foi o da apresentação e avaliação, para que todos pudessem conhecer os projetos criados e os professores responsáveis conseguissem escolher as ideias mais completas e viáveis.

Por fim, diante dos protótipos escolhidos, os estudantes foram convidados a auxiliar na construção dos enigmas projetados e ambientação das salas que mais tarde serviriam de cenário para o jogo de detetive. Todos se empenharam muito nos dias anteriores à Manhã Investigativa do 8º ano: cada estudante se responsabilizou por uma tarefa e quatro ambientes diferentes foram montados.

Em uma proposta lúdica e engajadora, o Projeto Detetives em Ação uniu as disciplinas de Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Língua Portuguesa e Matemática, proporcionando aos estudantes do 8º ano uma experiência de aprendizagem significativa. Ao mobilizar as inteligências linguística, lógico-matemática, interpessoal, corporal, espacial e visual, os alunos foram convidados a desvendar enigmas e construir novos conhecimentos de forma prazerosa e colaborativa.

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