Ensino Médio

Reflexão sobre privilégios na escola: alunos vivenciam atividade de Sociologia

Por meio de passos simbólicos e diálogo, estudantes foram convidados a analisar desigualdades sociais e a importância da empatia.

 Autoria: José Fernando Queiroz – Professor de Sociologia

Quantos passos podem nos ensinar a enxergar melhor nossos próprios privilégios? Esta foi a pergunta norteadora de uma dinâmica realizada na aula de Sociologia com todos os estudantes da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Santa Maria, na qual teorias estudadas puderam ser percebidas por meio do lúdico e da reflexão coletiva.

Uma sala de cada vez, os estudantes foram colocados lado a lado e ouviram 45 afirmações envolvendo direitos que todos deveriam, de fato, possuir para viver com dignidade, bem como situações que ninguém deveria vivenciar, mas que, infelizmente, fazem parte da trajetória de alguns dos colegas de sua própria sala de aula, assim como de parte significativa de nossa sociedade. Dentre essas afirmações estavam, por exemplo:

  • “Nunca fui dormir com fome por não ter o que comer”;
  • “Nunca sofri assédio de nenhum tipo”;
  • “Um(a) desconhecido(a) nunca encostou no meu cabelo, sem pedir, para saber se era de verdade”;
  • “Nunca precisei mentir sobre minha fé para ser aceito ou não sofrer preconceito em um grupo”.

Para cada situação mencionada, os estudantes davam um passo, representando ser verdade o que foi dito para si; do contrário, deveriam ficar onde estavam. Essa dinâmica simples permitiu a percepção de quão privilegiados somos e o quanto a sociedade ainda precisa melhorar para assegurar que direitos básicos não sejam acessíveis apenas a uma minoria numérica, tornando-os privilégios inacessíveis para muitos.

Ao final da caminhada, os estudantes foram convidados a olhar a posição em que se encontravam — não para sentir vergonha ou orgulho dessas posições, mas para refletir sobre as razões pelas quais tantos direitos ainda são negados. Em seguida, uma roda de conversa permitiu que se expressassem e refletissem em conjunto sobre as causas históricas e sociais de tudo o que foi vivenciado na dinâmica.

Teorias, realidade dos próprios estudantes, análise crítica e valorização da dignidade humana fundiram-se por meio de uma estratégia lúdica, fundamental para a sensibilização de estudantes comprometidos com uma sociedade de caminhada menos injusta, em que direitos não sejam mais privilégios.

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