Turmas do 8º ano mergulham em um projeto multidisciplinar com foco na era digital e criam produções artísticas que integram desenho e fotografia; o resultado foi surpreendente!
Autoria: Professores Eduardo Arena (História), Raquel Romero Guirado (Arte) e Soraia Rufato Rocha (Língua Inglesa)
Você já ouviu falar em “Antropofagia na Era Digital”?
Este é um conceito proposto pela mestre em Arte e Novas Mídias da Universidade de Bauhaus (Alemanha), Vanessa Ramos Velasquez, que fez uma releitura contemporânea sobre antropofagia.
“Nutridas” por este conceito, as unidades curriculares Arte, História e Língua Inglesa se uniram a fim de explorarem esse tema. Inspirados pelo Manifesto Antropofágico de Vanessa Velasquez, e pelo estudo da Arte Moderna Brasileira, os alunos do 8º ano embarcaram nessa jornada, de modo a refletirem sobre o que eles “se alimentam” na cultura digital, fazendo uma análise, reinterpretando e recriando esta cultura sob uma nova perspectiva.
Assim como Oswald de Andrade incentivou a absorção crítica da cultura europeia no Manifesto Antropofágico no século passado, os estudantes foram convidados à análise sobre como eles “devoram” a cultura digital na atualidade. Em um mundo onde a autoexpressão se manifesta em milhares de selfies e a cultura digital nos bombardeia com informações, a necessidade de um olhar analítico e crítico se torna relevante.
Dilema das Redes nas aulas de História
O documentário O Dilema das Redes serviu como ponto de partida para as discussões em sala de aula. Nas aulas de História, os alunos assistiram a trechos do documentário e realizaram pesquisas sobre a superexposição dos adolescentes nas redes sociais. Tais processos levaram à produção de textos sobre como os algoritmos manipulam nossas decisões, nos prendem em bolhas de informação que reforçam as visões unilaterais da realidade, dificultam o diálogo, alimentam a polarização e favorecem a disseminação de desinformação.
Diante desse cenário, os estudantes também discutiram sobre o quanto é essencial desenvolvermos nosso pensamento analítico-crítico como ferramenta para questionar os conteúdos recebidos, buscar fontes confiáveis e construir uma visão consciente do mundo.
Língua Inglesa e o artista visual Bem Heine
Nas aulas de Língua Inglesa, propusemos leitura de textos sobre o artista belga Ben Heine, que trabalha mesclando as linguagens da fotografia e do desenho, com criações fantásticas. As leituras realizadas em aula incentivaram os alunos a questionarem a veracidade das informações online e a importância de uma pesquisa aprofundada e analítica com o objetivo de avaliar, questionar e interpretar informações de forma criteriosa.
Arte e a Era Digital
O Movimento Antropofágico foi revisitado à luz da Era Digital nas aulas de Arte, e convidou os estudantes a refletirem sobre:
- Do que nos alimentamos nesta Era Digital?
- Como a fotografia e a construção da imagem pessoal são tratadas nas redes sociais?
Como fechamento da proposta, os alunos, inspirados na técnica de Ben Heine – “câmera versus lápis” – criaram produções artísticas que integraram o desenho e a fotografia. O objetivo foi conectar o aprendizado obtido nas diferentes unidades curriculares, para expressar de forma crítica o papel das redes sociais, da nossa imagem e do universo adolescente na cultura contemporânea. Através desse percurso interdisciplinar, os estudantes não apenas aprenderam sobre a história da arte e a cultura digital, mas também desenvolveram habilidades essenciais para navegarem criticamente no mundo digital.
Os trabalhos produzidos pelos nossos alunos refletem a complexidade da cultura digital, desde seus aspectos positivos até seus desafios, capacitando os estudantes a se tornarem cidadãos digitais mais críticos e criativos.














