Implementadas em resposta à BNCC, as competências socioemocionais têm transformado a educação ao promover o autoconhecimento, a empatia e o trabalho em equipe. Aqui No Colégio Santa Maria, essas habilidades ganham vida por meio de dinâmicas, projetos e práticas que fortalecem vínculos, estimulam o senso de pertencimento e formam cidadãos mais conscientes e preparados para os desafios do mundo atual.
Autoria: Sabrina Paiva Yoshikawa – Professora do 1º ano do Ensino Fundamental
Atualmente é consenso que as competências socioemocionais precisam ser trabalhadas na escola e na vida das pessoas, independente da faixa etária. Desde 2020, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabeleceu que todas as escolas, públicas ou privadas, devem contemplar as habilidades socioemocionais em seu currículo.
Este conceito surgiu há 20 anos por um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos que pretendia estudar o impacto da aprendizagem socioemocional na educação. No entanto, somente nesta geração vem ganhando destaque, impulsionado pelos avanços das neurociências e complexas mudanças de paradigma que vivemos atualmente.
No Colégio Santa Maria, as competências socioemocionais estão presentes no currículo geral e são contemplados na base do Projeto Político Pedagógico ganhando “tons e nuances” mais específicos de acordo com a faixa etária e necessidade de cada turma.
A maioria dos educadores defende a ideia de que as competências socioemocionais devem ser contempladas no cotidiano escolar e estar presentes em todos os componentes curriculares, assim como no ambiente institucional sendo, inclusive, refletidas no tratamento que acontece entre nós, colaboradores, e que serve de exemplo para as crianças.
Trabalhar as competências socioemocionais no eixo individual abrange o autoconhecimento (aprender a nomear e expressar seus sentimentos, tornar-se mais confiante) e o autocontrole (aprender formas de se acalmar e regular sua raiva e frustração).
Já no eixo coletivo, contempla o exercício da “consciência social” -desenvolvimento da empatia, colaboração, trabalho em equipe, respeito aos combinados, curiosidade, autonomia, contribuição com os problemas do mundo, sentimento de pertencimento – e das “habilidades de relacionamento”, a capacidade de ajudar, ser gentil, respeitar a diversidade e as opiniões diferentes.
Com esses objetivos em mente e visando criar estratégias para transformar o grupo do 1º ano em uma equipe, inúmeras ações foram criadas:
– Assembleias Semanais – reuniões onde as crianças são incentivadas a falar sobre questões do cotidiano que foram importantes para elas podendo ser, desde um conflito com um colega, até uma sugestão de atividade ou mudança de combinados.
– Dinâmicas de Grupo – feitas com o objetivo de desenvolver as habilidades de relacionamento, fortalecer os laços de amizade e o sentimento de pertencimento:
=> dinâmica do abraço – quebra gelo para ajudar no processo de adaptação;
=> círculo do elogio – saber como os outros te veem. Nessa dinâmica, a sala é dividida em grupos de cinco crianças, onde cada uma irá para o centro do círculo e receberá um elogio de cada um dos colegas da roda;
=> dinâmica do anjo protetor – é como um amigo secreto, mas em vez de presente, o amigo oferecerá gentilezas para o colega sorteado, que no final da semana tentará adivinhar quem foi seu anjo.
– Literatura Infantil => utilizamos diversos títulos para conversar sobre temas que surgem no cotidiano ou para introduzir reflexões importantes sobre amizade, gentileza, sentimentos etc. Dentre as leituras realizadas, destaco o livro “O Black Power de Akim”, de Kiusam de Oliveira, que trouxe para nossa turma uma calorosa conversa sobre bullying e preconceito racial.
– Vídeos => outro recurso utilizado foram vídeos curtos, dentre eles, “Pip” que trata da persistência:
– Projetos => surgem do interesse e da curiosidade da turma e desenvolvem o sentimento de pertencimento, autonomia e investigação científica.
– Jogos e Brincadeiras => antigamente, brincadeiras e jogos eram aprendidos naturalmente na rua de casa. Hoje em dia, é preciso repertoriar as crianças e valorizar as atividades offline, que são ótimas alternativas para substituir o excesso de telas.
– Valorização das Contribuições do Grupo
As crianças se sentem muito acolhidas e aceitas quando suas contribuições individuais advindas da vida familiar podem de alguma maneira fazer parte e contribuir para o coletivo do grupo escolar.
– Orações coletivas de agradecimento e pedidos feitos pelas crianças.
É rotina no 1º ano fazermos uma oração diariamente, antes do lanche; muitas vezes as crianças pedem para orar por um familiar, professor ou colega que está doente ou agradecer por alguém que recuperou a saúde.
Saiba Mais:
No Brasil, o Conselho Nacional de Educação aprovou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017, documento que define os conhecimentos e as habilidades que os alunos devem adquirir desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
Compete a cada escola se organizar para garantir que as diretrizes contidas na BNCC ocorram. Por esta razão, cada instituição de ensino deve ter o seu referencial básico, bem definido e claro, ou seja, o seu Projeto Político Pedagógico.