A eletiva “Arte Urbana”, do Ensino Médio, proporcionou uma experiência fora dos muros da escola em 2024, depois de um diálogo com a comunidade do entorno. O resultado foi lindo e empolgante para os nossos estudantes. Vamos aguardar as novidades do curso deste ano!
Autoria: Luca Caltran – Professor do curso eletivo Arte Urbana no Ensino Médio
Viver em comunidade é estabelecer vínculos com o diferente. Por mais que na sociedade contemporânea, olhar para o outro e estabelecer um diálogo seja raro, a disciplina eletiva de Arte Urbana no Colégio Santa Maria, propõe o oposto disso. Em um mundo que cancelamos opiniões diferentes, a escuta atenta torna-se rara e cara.
Ao circularmos pela cidade, nos deparamos com várias manifestações artísticas que usam a cidade como suporte na tentativa de estabelecer diálogos e propor diferentes usos para esse espaço coletivo. O fato de muitas vezes não compreendermos os significados dessas intervenções, faz com que desconsideremos formas de expressão que vão além das imagens nas paredes.
Durante o curso, os estudantes entram em contato com essas manifestações e podem compreender as motivações que levam tantas pessoas, principalmente jovens, a se expressar no ambiente urbano.
Uma dessas manifestações que tivemos no ano de 2024 foi o graffiti, um dos quatro elementos do movimento Hip Hop, que surgiu na década de 1970, na periferia de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Esse movimento foi uma das formas que os jovens, negros e latinos, principalmente, carentes de espaços de lazer, encontraram para se manifestar e lutar por seus direitos. O Hip Hop foi tão importante que se espalhou pelo mundo todo.
Em nossas aulas de Arte Urbana, os alunos viveram na prática aquilo que o Hip Hop sempre defendeu: o diálogo. No início do projeto, seriam feitos graffitis em suportes que depois teriam que ser removidos, mas logo apareceu a ideia de ocupar a praça Tuney Arantes, ao lado do Santa Maria, ação que já havia sido feita em 2005. Mas para restabelecer esse diálogo, os moradores do local precisariam ser ouvidos. Os projetos foram apresentados a eles, contendo todas as etapas, os desenhos e os locais da praça que seriam pintados. Proposta aceita!
Ao longo de quase dois meses, além dos graffitis nos muros, estabelecemos uma parceria com os moradores. Os estudantes se sentiram pertencentes a esse espaço público e o projeto incentivou outros agentes sociais do entorno do Colégio a pensarem em formas positivas de usar a praça.
Essa ação possibilitou ampliar o olhar dos alunos para além dos muros da escola e construir, por meio do graffiti, vínculos mais afetivos com a cidade.